A liderança das disputas por prefeituras de 14 capitais brasileiras está pulverizada entre MDB, PSD, PP, União Brasil, Republicanos e Avante. O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, está à frente em quatro cidades, enquanto o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não ponteia em nenhuma. O PSB lidera em uma delas. Outras seis têm candidatos em empate técnico. É o que emerge de levantamento em 25 capitais com base nas pesquisas mais recentes realizadas pela Quaest.
Sobre as legendas que lideram a corrida no país, o cientista político da Fundação Getulio Vargas Eduardo José Grin faz uma análise amparada no perfil das agremiações, alinhadas à centro-direita:
— São partidos com enorme capilaridade no território nacional e nas capitais. Emendas parlamentares favorecem muito mais os parlamentares do centrão, que por sua vez canalizam mais recursos para as capitais onde já têm prefeitos, o que faz com que esses candidatos tenham vantagem competitiva.
Outra razão apontada para a superioridade do bloco, de acordo com Grin, é o resultado das eleições de dois anos atrás, diz Grin. Apesar da vitória de Lula na disputa pelo Palácio do Planalto, a esquerda contabilizou poucas vitórias nas disputas estaduais. O cenário afeta na escolha do eleitor em âmbito municipal.
Na corrida às prefeituras, há 20 candidatos que tentam a reeleição.
— O eleitor está preocupado com questões mais cotidianas. A tendência é de prefeitos se reelegerem, porque são mais conhecidos, têm a máquina nas mãos, salvo em administrações ruins — comenta Céli Pinto, cientista política e professora emérita da UFRGS.
Influência menor de Lula e Bolsonaro
A influência de Lula e Bolsonaro, de acordo com os analistas, é menor do que imaginado. A presença das duas figuras nas campanhas também ocorre em menor escala.
— Lula e Bolsonaro não apoiam (candidatos nas capitais) porque não querem ter derrotas nas suas costas. Lula é maior do que o PT. A possibilidade de votação maciça seria em um candidato completamente ligado ao Lula. Bolsonaro também é maior do que o PL — argumenta Céli.
Além de confrontos diretos entre os partidos dos dois principais nomes da política nacional, há disputas indiretas entre siglas alinhadas a eles. Em São Paulo, por exemplo, há empate técnico entre o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), o deputado Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB).