A viralização de uma informação falsa interrompeu momentaneamente um ato promovido por manifestantes bolsonaristas nesta terça-feira (1º), no centro de Porto Alegre, para pedir intervenção militar após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais. Reunidos desde as 11h30min nos arredores do Comando Militar do Sul (CMS), os manifestantes começaram a comemorar aos gritos, por volta das 16h, após um dos integrantes receber um vídeo que relatava uma suposta prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), visto como desafeto por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
— Prisão em flagrante do Alexandre de Moraes, prisão em flagrante do Alexandre de Moraes — gritou um homem, que vestia camiseta amarela e segurava um celular na mão, com fones de ouvido.
As pessoas que estavam no local, entre as ruas 7 de Setembro e Padre Tomé, nas imediações do Comando Militar do Sul, comemoraram, se abraçaram e gritaram de alegria.
Um dos manifestantes, que usava uma caixa de som, interrompeu sua fala para que todos pudessem ouvir o relato sobre a suposta prisão de Moraes. Alguns choraram e outros se ajoelharam no chão e agradeceram a Deus — levantando os dois braços para o alto — pela prisão anunciada.
Enquanto a maioria gritava e comemorava abraçada, alguns demostravam algum ceticismo, sugerindo que era preciso ter calma e verificar a notícia. Alguns minutos depois, já por volta de 16h15min, começou a se espalhar entre os manifestantes a informação de que se tratava, de fato, de uma mentira.
Por volta das 17h45min, o grupo permanecia em vigília no local. Os manifestantes pedem intervenção militar, que as Forças Armadas afastem os ministros do STF e mantenham Bolsonaro no cargo — demandas proibidas pela Constituição. O grupo carrega faixas e adesivos com a inscrição "intervenção já", além de uma bandeira nacional de cerca de sete metros de comprimento por cinco metros de largura.
A Brigada Militar não informou o número de manifestantes por questões estratégicas, mas manteve vários policiais monitorando o local. Agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) faziam a orientação do tráfego no local.
Procurado pela reportagem, o CMS informou que não tem ligação com o ato e que não se manifestaria sobre o pedido de intervenção militar feito pelo grupo.