Durante coletiva de imprensa no fim da tarde desta quarta-feira (9), em Brasília, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que os líderes do Senado e da Câmara estão dispostos a aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição.
A proposta visa a garantir a continuidade do pagamento do Auxílio Brasil — que voltará a ser chamado de Bolsa Família no novo governo — de R$ 600 a partir de janeiro de 2023. Pela manhã, Lula reuniu-se com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Durante a tarde, encontrou-se com os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
— Tivemos uma conversa com o presidente da Câmara e os líderes do Senado e há muita disposição de ambos para colaborar com o projeto. A PEC é uma proposta para recuperar a capacidade de investimento nas demandas essenciais para o brasileiro — destacou Lula.
O presidente eleito também falou sobre a relação com o centrão, relatando que "o Brasil não possui mais tempo para continuar brigando entre si e se odiando". Lula defendeu que é preciso de diálogo com os partidos do centro e de oposição para que as propostas de seu governo sejam entendidas.
— O governante tem de ter clareza de que precisa lidar com as pessoas que foram eleitas e que, muitas vezes, pensam diferente da gente. Vou tentar convencer todas as pessoas para que as propostas que colocarmos na mesa tenham o maior apoio possível — disse Lula, que ainda salientou que não terá nenhuma influência na escolha dos presidentes da Câmara e do Senado.
Lula reafirmou que voltará a investir nos programas Farmácia Popular e Minha Casa Minha Vida, além de gerar empregos, distribuição de renda e "fazer o país crescer".
— Nós temos um orçamento que vai ser ajustado. Vamos fazer a proposta que entendemos que é correta. Acredito que vá acontecer tudo dentro da normalidade. Investir no país não é gasto, é investimento — completou.
A respeito dos protestos que estão sendo realizados por apoiadores do presidente derrotado nas eleições, Jair Bolsonaro (PL), Lula ressaltou que, na sua visão, é preciso detectar quem está financiando essas manifestações.
— Ninguém vai acreditar em um discurso golpista de quem perdeu as eleições. Eu perdi três. Cabe ao presidente reconhecer sua derrota e se preparar para daqui quatro anos concorrer novamente. Assim é que funciona o jogo democrático — finalizou.