Depois de fazer a primeira manifestação pública após a derrota nas eleições presidenciais no último domingo (30), Jair Bolsonaro (PL) foi ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (1º). A visita do chefe do Executivo não estava prevista na agenda oficial.
Bolsonaro foi recebido por sete ministros, incluindo a presidente da Corte, Rosa Weber, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Ao final da reunião, no início da noite, o ministro Edson Fachin fez um resumo à imprensa sobre a posição de Bolsonaro em relação às eleições:
— O presidente da República utilizou o verbo acabar no passado. Ele disse "acabou". Portanto, olhar para frente.
O STF divulgou uma nota após a reunião. No texto, a Corte diz que reiterou a importância do reconhecimento pelo presidente do resultado da eleição, "com a determinação do início do processo de transição", e que também "enfatizou a garantia do direito de ir e vir" em razão dos bloqueios em rodovias (leia íntegra abaixo).
Bolsonaro havia convidado ministros do Supremo para uma reunião no Alvorada. A presidente do STF, Rosa Weber, e os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux mostraram disposição para o diálogo. Decidiram, porém, só atender ao convite depois que Bolsonaro reconhecesse a derrota nas eleições presidenciais para Lula.
Além de Fachin, Mendes se manifestou no Twitter sobre o encontro: "Em conversa com o STF, o Presidente da República reafirmou o compromisso inviolável de respeito à Constituição e aos resultados das urnas. É o momento de unir e pacificar o país."
Veja a nota do STF na íntegra
"O Presidente da República, Jair Bolsonaro, esteve na tarde desta terça-feira (1º) no Supremo Tribunal Federal a convite da Presidência, onde conversou com os Ministros da Corte que estavam presentes em Brasília: a presidente Rosa Weber, o decano Gilmar Mendes, Luiz Fux, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e André Mendonça. Compareceu também o Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Os Ministros do STF reiteraram o teor da nota oficial divulgada, que consignou a importância do reconhecimento pelo Presidente da República do resultado final das eleições, com a determinação do início do processo de transição, bem como enfatizou a garantia do direito de ir e vir, em razão dos bloqueios nas rodovias brasileiras.
Tratou-se de uma visita institucional, em ambiente cordial e respeitoso, em que foi destacada por todos a importância da paz e da harmonia para o bem do Brasil."