A quarta-feira (2) começou com reforço de viaturas e no número de policiais militares no entorno da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas. As distribuidoras da região também ganharam atenção especial das forças de segurança após um dia de protestos que impediram o transporte de combustíveis para todo o Rio Grande do Sul — não há qualquer manifestação neste feriado de Finados.
Nas transportadoras, nesta manhã, foram vistas muitas carretas abastecendo e saindo carregadas em direção ao interior do Estado. Segundo o gerente de uma das empresas, a região das Missões é o destino de boa parte da carga, pois muitos municípios ficaram sem produto para venda.
Na tentativa de reduzir o impacto, o horário de funcionamento neste feriado será estendido em parte das distribuidoras.
Necessário para mistura da gasolina, o etanol anidro chega até as distribuidoras gaúchas por via terrestre. Com a limitação imposta pelos bloqueios nos últimos dias, alguns caminhoneiros precisam esperar mais tempo para recarregar.
— Estou desde as 6h esperando se vai ter carga — afirmou o caminhoneiro Marcelo Silva, que estava há quase três horas esperando na fila, em Esteio.
Apesar de a situação estar aparentemente normalizada na Grande Porto Alegre, ainda há reflexos em postos de combustíveis na Capital. A reportagem de GZH circulou por 10 estabelecimentos da cidade, entre 7h e 8h30min, e encontrou restrição de ao menos algum tipo de combustível em nove deles.
Um posto sem bandeira na Avenida Ipiranga, bairro Menino Deus, ficou a madrugada com as bombas vazias, com expectativa de receber nova carga antes do meio-dia. Os clientes chegavam e precisavam ir embora atrás de outro estabelecimento.
Outro ponto do bairro, na esquina das ruas Silveiro e José de Alencar, não tinha diesel, álcool ou gasolina comum. A chegada da aditivada supriu parte da demanda, segundo o frentista Alexandro Marques Barreto, 47 anos.
— Ontem foi uma loucura, se tivesse uns 50 mil litros de gasolina, tinha vendido — estima, sobre a demanda muito acima da média.
O posto da esquina das avenidas Érico Veríssimo e Ipiranga, no bairro Azenha, tinha apenas gasolina do tipo especial, vendida a R$ 7,99. O pátio estava quase vazio, pois esse é o insumo menos vendido, com um público mais restrito, de acordo com os atendentes.
Às 8h15min, um caminhão reabasteceu outro posto da Avenida Ipiranga, no bairro Santana.