Manifestação de bolsonaristas junto às distribuidoras de combustíveis na manhã desta terça-feira (1) gerou apreensão e desabastecimento em postos de combustíveis de Porto Alegre. Ao longo da manhã, filas e falta de produto foram registradas em estabelecimentos da Capital.
A reportagem percorreu 10 postos. Três não dispunham de nenhum tipo de gasolina. Estes ficam na esquina das avenidas Oscar Pereira e Aparício Borges, na Rua Professor Cristiano Fischer e no cruzamento da Cristiano Fischer com a Avenida Ipiranga. A expectativa é que à tarde caminhões consigam abastecer estes estabelecimentos.
No posto da esquina da Ipiranga com a Érico Veríssimo havia apenas gasolina aditivada e em quantidade que só deve durar até o início da tarde. A situação se repete na Rua Salvador França com a José Carvalho Bernardes, no bairro Jardim Botânico. Em um posto da Avenida Ipiranga só havia a gasolina Pódium, a R$ 8,19 o litro.
Três lojas visitadas que tinham gasolina registravam grande movimento. Na Avenida Carlos Barbosa, um caminhão abastecia o posto por volta das 9h30. O local estava sem o combustível desde a noite passada. Motoristas formaram fila para abastecer.
Havia fila também na Aparício Borges com a Pedro Boticário, onde o abastecimento foi limitado a R$ 100 por cliente. Em outro estabelecimento na Aparício Borges, houve filas no início do dia, mas o gerente disse que o atendimento ocorria normalmente.
O motorista de aplicativo Daniel Lourenço, 34 anos, saiu de Canoas e passou por cinco postos sem gasolina. O sexto foi na Cristiano Fischer.
— Vou continuar procurando — disse à reportagem.
O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), avalia que a grande procura pelos combustíveis causou o desabastecimento, mas que o problema é pontual, não sistêmico. O presidente, João Carlos Dal'Aqua, acredita que a situação vai normalizar à tarde.
— Se você tem um estoque baixo e uma demanda maior, é possível que algum (posto) tenha ficado sem o produto. Na madrugada, também tivemos informação da dificuldade de algumas distribuidoras em transitar com as cargas. Isso vai realmente ocasionando em uma dificuldade na sequência. Mas também já temos informações de que a liberação das vias, das distribuidoras e das refinarias está acontecendo pela força de segurança.
Ao passar pelos postos, a reportagem de GZH percebeu aumento no preço da gasolina. Alguns locais, que estavam vendendo o litro a R$ 4,59 na semana passada, vendiam a R$ 4,89 nesta terça-feira. Alguns dos estabelecimentos alegaram que o preço foi elevado pelo medo de desabastecimento. O Sulpetro, que representa os postos, disse que não monitora preços e que o mercado é livre.