Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (1º), lideranças da Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmaram que estão tomando providências em relação aos vídeos em que agentes aparecem apoiando os protestos contra o resultado das eleições. Diferentes imagens circulam nas redes sociais desde segunda-feira (31), quando se ampliaram os pontos de bloqueio em rodovias brasileiras.
Um dos vídeos mais compartilhados pelos internautas mostra um agente da PRF uniformizado afirmando que “a única ordem que nós temos é para estar aqui com vocês”. Após a fala do servidor, manifestantes com camisetas e bandeiras do Brasil aplaudem e comemoram.
Em outras imagens, um segundo agente do órgão faz uma declaração semelhante:
— A manifestação vai continuar com vocês e nós, os dois servidores que estamos aqui, vamos monitorar e informar as nossas chefias, que é a nossa missão. Mas, em nenhum momento, já assumi um compromisso aqui e reitero para todos vocês, nós chegaremos para atritar ou chegaremos para enfrentar qualquer um dos senhores.
Já em um terceiro vídeo, à noite, outro servidor aparece cortando uma cerca próxima ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, para que manifestantes passem pelo local, conforme apontam internautas.
De acordo com o corregedor-geral da PRF, Wendel Benevides Matos, medidas administrativas já estão sendo tomadas em relação a essas denúncias:
— A Polícia Rodoviária Federal age no cumprimento da lei, não apoia a ilegalidade, a atuação ilegal ou o fechamento de rodovias federais. Os casos que têm aparecido na internet já foram identificados e a Corregedoria-Geral do órgão já instaurou um procedimento para apurá-los. São muitas localidades, muitos manifestantes, às vezes dois policiais para fazer um primeiro contato. E aí o policial, por vezes, profere palavras ou tem atitudes que não condizem com o que é determinado pela direção geral. Nesses casos específicos, estamos atuando e, em outros, estamos verificando, correndo as redes, verificando se há algum desvio de conduta.
Em outro momento, Matos também ressaltou que não foi dada nenhuma ordem “no sentido de que servidores deixassem de cumprir seu papel”.
— Neste sentido, nós já autuamos processos disciplinares e esses servidores terão a oportunidade de se defender, mas responderão ao procedimento para explicar o que aconteceu nesses fatos específicos — esclareceu.
Já o diretor de operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, defendeu, durante a coletiva, que o órgão não foi passivo em momento algum e que “sempre buscou a resolução do problema nos primeiros instantes”. As lideranças ainda afirmaram que, até aquele momento, existiam 267 pontos de bloqueio ativos no país e que outros 306 locais de manifestação já haviam sido desobstruídos.