O diretório gaúcho do PSB decidiu "intensificar" a adesão à campanha presidencial de Lula (PT) no segundo turno e oferecer "apoio incondicional" a Eduardo Leite (PSDB) na disputa final pelo Palácio Piratini. As deliberações foram tomadas em reunião extraordinária da direção do partido, realizada na noite de terça-feira (4).
O PSB é parte importante da chapa de Lula nacionalmente, tendo feito a indicação do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB) para o posto de vice-presidente, mas as particularidades da política no Rio Grande do Sul causaram afastamento regional.
No RS, o PSB lançou Beto Albuquerque ao Palácio Piratini e negociou por meses uma aliança com o PT, na ideia de replicar no Estado a aliança nacional. Houve fracasso, Beto acabou se retirando da disputa e o PSB apresentou, de última hora, a candidatura de Vicente Bogo ao Piratini. Ele terminou o primeiro turno com 0,27% dos votos válidos. Já o PT manteve a candidatura de Edegar Pretto (PT), cuja campanha se apropriou da relação com Lula e acabou com 26,77% dos votos válidos, deixando de ir ao segundo turno pela diferença de 2.441 votos.
Dessa forma, houve mal-estar na relação entre os partidos e o PSB gaúcho pouco ou nada se envolveu com a campanha presidencial de Lula. Agora, superada a questão local, a ideia é entrar com dedicação, tendo o objetivo de derrotar o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
No Rio Grande do Sul, a decisão foi por conceder "apoio incondicional" ao ex-governador e candidato à reeleição Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno. O anúncio será feito às 14h desta quarta-feira (5), na sede do PSB em Porto Alegre. A lógica do apoio é igualmente na linha de derrotar o bolsonarismo, representado pelo candidato Onyx Lorenzoni (PL).
O PSB deliberou de antemão que não deseja ter participação em eventual novo governo do tucano e, por isso, abriu mão de discutir compromissos programáticos de Leite com a sigla em troca do apoio. A base da aliança de segundo turno é derrotar o bolsonarismo, diz Juliano Paz, vice-presidente do PSB gaúcho.
O partido fez parte da base aliada do primeiro mandato de Leite por um período. Tempos antes da eleição, se retirou para lançar suas candidaturas.