Integrante da base de apoio da gestão tucana no Estado e com um eleitorado majoritariamente simpático à Jair Bolsonaro (PL), o PP começa a discutir nesta terça-feira (4) sua posição no segundo turno da disputa pelo Palácio Piratini. Depois de ficar no quarto lugar, com 4% dos votos válidos concedidos a Luis Carlos Heinze, o partido reúne prefeitos e deputados para um balanço da eleição.
O encontro ainda não vai encaminhar uma decisão. Para quarta-feira (5), ainda está prevista reunião do diretório estadual. Somente depois de discutir o tema em um colegiado maior, com cerca de cem membros, o PP irá oficializar apoio a Eduardo Leite (PSDB) ou a Onyx Lorenzoni (PL). Ao cabo dos debates, a tendência é de que o partido faça declaração formal de apoio a Onyx.
Marcado para o meio-dia, a reunião desta terça-feira será com os atuais deputados estaduais e os três eleitos, que passarão a integrar a bancada a partir de 2023. A ideia é medir a temperatura de quem deu suporte a Leite nos últimos quatro anos e de quem chega à Assembleia Legislativa com um voto renovado.
Dos sete parlamentares da nova bancada, cinco são vistos como mais favoráveis a Onyx. Apenas Silvana Covatti, ex-secretária da Agricultura de Leite, e Frederico Antunes, líder do governo por três anos e meio, estariam inclinados a seguir apoiando o tucano.
Por outro lado, a adesão a Onyx é clara tanto para deputados que ficarão sem mandato em 2023, como Sergio Turra e Vilmar Lourenço, como para novatos, a exemplo de Marcos Vinícius, ex-presidente do IPE Saúde no governo Leite. Essa divisão interna chegou a suscitar a possibilidade de o partido liberar seus membros no segundo turno, mas a ideia não deve prosperar em virtude da forte simpatia do eleitorado do PP por Bolsonaro e, em consequência, por Onyx.
Embora prefeitos e vereadores tenham feito campanha para Leite no primeiro turno, parte também já havia aderido ao voto útil, preferindo o candidato do PL no último domingo.