De Pelotas, o candidato ao Palácio Piratini Eduardo Leite (PSDB) falou com a reportagem da Rádio Gaúcha na manhã deste domingo (30), dia do segundo turno das Eleições 2022, sobre a expectativa para os resultados das urnas. A entrevista ocorreu minutos antes de o candidato dirigir-se para o seu local de votação — ele votou logo depois das 9h30min.
Primeiramente, Leite comentou sobre a tensão da família durante a campanha.
— A gente, que está na luta do dia a dia, já está mais acostumado com esses enfrentamentos, com os ânimos um pouco mais acirrados. É claro que a família acaba sofrendo um pouco mais, mas eu sempre procuro tranquilizar o coração de cada um deles reafirmando que o que me move na política é me colocar à disposição, fazer a minha parte. O dono da coisa toda é o povo, que vai fazer sua escolha com a soberania do voto popular. Quero ter o coração tranquilo de ter feito a minha parte — resumiu.
Questionado sobre o momento mais difícil da campanha, Leite citou a pressão que a eleição nacional exerceu sobre a eleição local e explicou sua decisão de não se posicionar na escolha presidencial entre os candidatos Lula e Bolsonaro.
— No primeiro turno, isso se configurou inclusive nos resultados que as urnas apresentaram. Nós tínhamos que, de alguma forma, chamar atenção para a eleição local. Nós tomamos uma decisão, bem particular minha, de que nós precisamos discutir o Estado. O Brasil é importante, mas o Rio Grande do Sul também é. Cada um dos eleitores hoje está votando primeiro para o Estado. São duas eleições. Não é voto casado, não é pacote fechado. As pessoas precisam tomar a decisão pensando no Rio Grande do Sul.
Ao falar sobre as mensagens de apoio que tem recebido, destacou as de eleitores que perderam familiares para a covid-19.
— Nos últimos dias, especialmente, em função da manifestação lamentável do meu adversário sobre a vacina, me mandaram mensagens reportando a lembrança de algum familiar querido que perderam para uma pandemia que foi real, não foi inventada, 40 mil gaúchos perderam as suas vidas para o vírus. De alguma forma, se sentiram até ofendidas no momento em que se desprezou a gravidade da pandemia. Essas pessoas me mandaram mensagens me abraçando virtualmente e me desejando sorte e sucesso nessa jornada pelo cuidado que tivemos com elas.
Leite também afirmou estar confiante no resultado e garantiu que seguirá morando no Palácio Piratini caso seja eleito.
— Morar no Palácio não é morar num palácio, é morar no trabalho. Meu gabinete era do lado do quarto, é poder estar disponível integralmente, 24 horas por dia, sete dias por semana. A gente não concorre em uma eleição para uma vaga de emprego, com uma jornada de trabalho, seja qual for. É uma missão de vida, algo que exige total entrega.
O candidato também se disse sensibilizado por ter recebido o apoio de diferentes frentes.
— A nossa candidatura representa a convergência de gente que está tendo votos diferentes na eleição nacional e de lideranças políticas também que exerceram ao longo do meu mandato oposição ao meu governo. Mas que reconhecem que do nosso lado tem diálogo, tem respeito à democracia, (tem) a valorização das diferenças como algo que nos faz melhores e não algo a ser exterminado.
Se reeleito, citou como prioridade do seu governo o investimento na educação, no agronegócio e no combate à pobreza. Por fim, questionado sobre o papel do seu companheiro, Thales, durante a campanha eleitoral, Leite enalteceu a compreensão e a profissão do namorado.
— Compreender a ausência pela dedicação total à campanha. O Thales foi muito compreensível, ele também se dedica ao seu trabalho, é um médico endócrino pediatra, se dedica a uma causa que às vezes sofre muito preconceito, que é da acondroplasia. Ele tem a luta dele, que é bonita e importante, compreendeu minha ausência e isso já tem um grande valor e o meu carinho todo.
Ouça a entrevista desta manhã: