A Comissão de Ética do Partido Novo anunciou nesta quinta-feira (27) a suspensão da filiação de João Amoêdo. Segundo a legenda, a medida ocorre em meio a um processo disciplinar por "possíveis violações estatutárias". Amoêdo ainda não se manifestou sobre o assunto. As informações são do G1.
O partido não confirma a relação, mas o processo vem à tona depois que o político, que foi candidato à presidência pelo Novo em 2018 e crítico dos governos petistas, declarou voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições de 2022. Na declaração, disse que o direito de fazer oposição estaria "mais preservado com Lula, que com Bolsonaro".
Após o posicionamento, Amoêdo foi criticado pelo partido. O atual presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, disse que a postura era "vergonhosa". A legenda publicou uma nota nas redes sociais em que classifica o posicionamento como "incoerente". "A triste declaração constrange a instituição, que se mantém coerente com seus princípios e valores e reforça que Amoêdo não faz mais parte do corpo diretivo do partido desde março de 2020", avaliou o partido, em 15 de outubro.
No Twitter, o deputado federal pelo Novo no Rio Grande do Sul, Marcel van Hattem, disse que a Comissão de Ética havia enviado comunicado sobre a suspensão do ex-candidato.
"Recebi há pouco e-mail da Comissão de Ética do Partido Novo que determina a imediata suspensão da filiação de João Amoêdo tendo em vista 'risco de dano grave e de difícil reparação à imagem e reputação do Novo'. É decisão liminar até que seja julgado nosso pedido de sua expulsão", escreveu o parlamentar na manhã desta quinta-feira.
No segundo turno, o Novo não se posicionou em apoio a nenhum dos candidatos. A sigla publicou uma nota liberando filiados e eleitores a votar no segundo turno de acordo com a "consciência" e "princípios partidários", mas criticando o PT e o "lulismo".
Em nota, o Novo informou que "o processo na CEP segue seu curso respeitando rigorosamente as determinações Estatutárias e o pleno direito de defesa".