Brasileiros que moram no Exterior protagonizaram imagens de extensas filas em locais de votação neste domingo (2). São quase 700 mil eleitores que vivem fora do país — número 39,21% maior na comparação com o pleito de 2018. O maior colégio eleitoral fora do país é em Lisboa, concentrando 45 mil pessoas habilitadas. Há possibilidade de votar em outras 180 cidades. Desta vez, além de urnas posicionadas nas embaixadas e nos consulados, haverá outros locais disponíveis.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou, em abril, a instalação de postos de votação fora dessas representações em 21 países, atendendo a pedido do Itamaraty, que percebeu o aumento do número de eleitores no Exterior.
Na cidade do Porto, em Portugal, houve relatos de momentos em que a fila ocupava cinco quadras. A votação está concentrada no Instituto Superior de Engenharia, mas também há urnas em outros locais. Apesar da espera, eleitores ouvidos por GZH disseram que, dentro das seções, o procedimento ocorria com rapidez.
A arquiteta paulista Ane Elisa Leite, que mora na cidade portuguesa, contou ter ficado por cerca de uma hora na fila. Segundo ela, o clima era amistoso, apesar de o colorido e os símbolos estampados nas roupas indicarem divergência nas escolhas.
Já em um seção junto à Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, um eleitor votou no lugar de outra pessoa. O homem afirmou que entendeu de forma equivocada os comandos do mesário e efetuou o voto com a urna liberada para outro eleitor. Em virtude do ocorrido, a urna usada foi inviabilizada e a votação na seção seguiu por meio de cédulas impressas. O caso será investigado.
Em Toronto, no Canadá, a gerente de projetos digitais Mariella Taniguchi, 41 anos, enfrentou 45 minutos de fila, em clima tranquilo e sem registro de confusões, para votar no Beanfield Centre Toronto.
— Uma das pessoas que estavam organizando a fila comentou que esperavam 17 mil eleitores aqui hoje. Muita gente — contou Mariella, que mora há quatro anos e nove meses no Canadá.
Em Londres, que tem 34 mil eleitores cadastrados, o cenário também foi de filas grandes. A especialista em marketing Roberta Bastos, 35, votou no Hammersmith and Fulham College - West London College. Ela foi surpreendida pelo tempo de espera — de uma hora e 40 minutos —, mas ressaltou como ponto positivo o clima amistoso no local.
— Eu esperava bem mais animosidade, mas estava calmo, as pessoas expressando o seu voto, mas sem discussões.
Os eleitores no Exterior votam apenas para o cargo de presidente da República.