Eleito para a Câmara dos Deputados, o vice-presidente do PDT, Pompeo de Mattos, avalia o primeiro turno das eleições deste ano como “um vendaval pela esquerda e pela direita”, ao qual seu partido sobreviveu. Já em relação ao segundo turno, Mattos diz que, apesar do apoio ao PT nas eleições passadas, não há nada definido. E a única certeza é a de que “o PDT não pode se machucar ainda mais”, afirma.
Segundo Mattos, a executiva nacional do partido convocou uma reunião para o meio da semana, na qual devem ser definidos os rumos que o partido seguirá no segundo turno. O deputado federal diz que, no RS, a sigla sobreviveu, e a eleição não foi pautada por projetos, mas por acusações e rejeição ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O primeiro turno das eleições ocorreu no domingo (2). Lula recebeu 48,43% dos votos válidos e Bolsonaro, 43,20%. Com isso, o petista e o atual presidente disputam o segundo turno, que ocorre em 30 de outubro. Em terceiro lugar, apareceu Simone Tebet (MDB), com 4,16% dos votos válidos, seguida de Ciro Gomes (PDT), com 3,04%.
— Saímos arranhados, machucados, mas vivos. No cenário nacional foi mais complexo. A eleição não foi de projetos, foi de pessoas. Não é a favor de quem tu gosta, é de quem tu não quer que se eleja. Quem estava com o Ciro e não queria o Lula votou no Bolsonaro, e quem não queria o Bolsonaro votou no Lula. É uma eleição do desmerecimento — avalia.
O deputado criticou o avanço da radicalização entre Lula e Bolsonaro. Na análise do pedetista, a estratégia de Ciro ao atacar ambos os candidatos durante a campanha foi inevitável. Ele não garante que o partido se manterá neutro nem que apoiará o PT no cenário nacional.
— A radicalização de um e de outro fortalece os radicalizados, mas não acresce à política. Isso vai eliminando os líderes porque se vai depreciando as pessoas. Essa política da depreciação não é boa para o país. Temos que sentar e dialogar. É um momento para o PDT se preservar. Temos que sobreviver e resistir — pontua.
Aos 64 anos, Pompeo de Mattos foi eleito deputado federal com 100.113 votos. Formado em direito e natural de Santo Augusto, Pompeo foi bancário e se elegeu vereador e prefeito antes de se tornar deputado estadual por dois mandatos, entre 1990 e 1999. Vai para o sexto mandato na Câmara, onde já presidiu a Comissão de Direitos Humanos e Minorias.