Nesta terça-feira (6), o candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a citar o programa Desenrola, Brasil, desenvolvido por um grupo de economistas ligados à Fundação Perseu Abramo, focado em renegociação de dívidas. Segundo o ex-presidente da República, não basta vencer as eleições e aumentar a renda das pessoas.
— Vamos ter que, no primeiro momento, criar as condições para negociar essas dívidas, seja com empresários no setor de varejo, seja com os bancos. Se não resolvermos a dívida dessas pessoas, elas estarão impedidas de consumir qualquer coisa. A loja não vende, a fábrica não fabrica, o povo não compra — disse Lula.
Após reunião da coordenação de campanha, o petista citou dados de endividamento da população brasileira:
— Entre as mulheres, o porcentual de endividadas é de 82%. Entre as famílias endividadas, a maior parte é no cartão de crédito, cujo juros ultrapassa 400% ao ano.
Renegociação de dívidas
O programa Desenrola, Brasil vem sendo anunciado pelo ex-presidente Lula e também nas propagandas de campanha petistas. A ideia inicial era que fossem feitas renegociações de dívidas de água, luz, gás e telefone de famílias com renda de até três salários mínimos. No entanto, o presidenciável incluiu em sua fala os bancos, cartões de crédito e redes de varejo.
Segundo o economista Guilherme Mello, coordenador do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas (NAPP) da Fundação Perseu Abramo, que está participando da criação do programa, a ideia é proporcionar a renegociação das dívidas das famílias e das pequenas e médias empresas por meio de bancos públicos e de incentivos a instituições privadas.