O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) lançou nesta segunda-feira (26), em coletiva de imprensa realizada em São Paulo, o "Manifesto à Nação", texto em que critica os concorrentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) e no qual afirma que o seu nome "continua sendo posto como firme e legítima opção" nas eleições.
— Não fugirei do verdadeiro embate democrático e não compactuarei com essa farsa. Tenho um compromisso de vida, e de morte, com a luta por um Brasil melhor, e nada me amedrontará, nem irá me deter — afirmou o presidenciável.
A ação do pedetista acontece em resposta à pressão para que ele desista da candidatura e à campanha pelo chamado "voto útil", quando o eleitor opta por um candidato à frente nas pesquisas e não por aquele com o qual mais se identifica. Nas últimas semanas, a campanha de Lula tem se empenhado em atrair votos de Ciro com a intenção de definir a eleição presidencial já no primeiro turno.
Na declaração, Ciro Gomes afirmou que há no Brasil "forças do atraso" que se movem para manter o status quo e destruir o "movimento nacionalista" que ele representa.
— É o que está acontecendo agora, quando estou sendo vítima de uma gigantesca e virulenta campanha nacional e internacional para retirada da minha candidatura. Anotem e leiam nos meus lábios: nada deterá a minha disposição de seguir em frente, a empunhar a bandeira do novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, e também a denunciar os corruptos, farsantes e demagogos, que tentam ludibriar a fé popular com as suas falsas promessas — disse.
Nas críticas, o pedetista colocou Lula e Bolsonaro como representantes destas "forças do atraso", ainda que antagônicos.
— Mesmo possuindo certos conteúdo e contornos diferentes, trazem de forma profunda a matriz histórica dos erros que há décadas atrasam o Brasil e escravizam o nosso povo — afirmou, avaliando ainda que "Bolsonaro não existiria se não fosse a grave crise econômica e moral dos governos petistas" e que "Lula não sobreviveria em sua ameaçadora decadência se não fossem os desatinos criminosos de Bolsonaro".
— Mesmo assim, as máquinas poderosas do lulismo e do bolsonarismo estão conseguindo ludibriar a percepção popular, passando a falsa ideia de que apenas um pode derrotar o outro. E que este passo atrás é o único meio de levar o país adiante — avaliou Ciro.
O candidato do PDT afirmou, em trecho do manifesto, que o Brasil está prestes a sofrer a maior fraude eleitoral da história.
— Não a mentirosa fraude das urnas eletrônicas inventada por Bolsonaro, mas a fraude do estelionato eleitoral.
— As urnas são de fato invioláveis, mas a legítima vontade popular está sendo tremendamente violada — acrescentou.
Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro ainda não comentaram publicamente o manifesto.