O presidente Jair Bolsonaro (PL) subiu o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e chamou o magistrado de "patife", "cara de pau" e "moleque". O candidato à reeleição tem feito críticas à quebra de sigilo bancário de um de seus ajudantes de ordem, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, por determinação de Moraes.
— Você quer um presidente, Alexandre de Moraes, refém teu. Eu não sou refém teu. Se eu fosse, Alexandre, eu não teria, por exemplo, assinado o indulto, a graça para o deputado Daniel Silveira. Quando eu mandei preparar o decreto, teve muita gente do meu lado "Ah, você vai brigar com o Supremo". Eu brigo com qualquer coisa, só não brigo com a minha consciência, com a minha honra, Alexandre de Moraes — declarou Bolsonaro, em transmissão ao vivo nas redes sociais.
A quebra de sigilo de Cid foi determinada por Moraes após a Polícia Federal apontar suspeitas de que depósitos fracionados e saques em dinheiro das contas oficiais tenham sido destinados a pagar despesas pessoais da família presidencial e de pessoas próximas à primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo.
— Seria muito fácil para mim estar do outro lado do balcão, tomando uísque com Alexandre de Moraes, aquela turma toda, se refestelando do poder. Mas estou do lado de cá. E aí o Alexandre de Moraes vem com essas baixarias, quebra o sigilo do meu ajudante de ordens. Quebrou foi o meu sigilo, Alexandre. Isso não é papel de homem, é de moleque — afirmou Bolsonaro.
— Deixa de ser um patife, Alexandre de Moraes, um patife — emendou, ao chamar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de "cara de pau". — Seja homem uma vez na vida — continuou.
Para atacar seu principal adversário na eleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro disse que o petista, se eleito, indicaria dois ministros "bandidos" para o STF.
— Imagina ele colocando mais dois lá dentro: acabou o Brasil, pessoal, a ditadura está aí, ditadura branca, sem armas, sem nada — declarou o chefe do Executivo.