Na abertura de programação destinada a convidados internacionais que vão acompanhar as eleições do próximo domingo (2), a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, discursou em defesa do sistema eleitoral brasileiro. A fala de Weber foi referendada pelos presidentes do Senado e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nessa quarta-feira (28), o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, lançou um documento levantando, sem provas, suspeitas sobre as urnas eletrônicas.
Nesta quinta-feira (29), a ministra ressaltou que "em tempos turbulentos como os atuais, mais do que nunca se há de proclamar irrestrita confiança à Justiça Eleitoral".
— A Justiça Eleitoral, não me canso de repetir, é patrimônio do povo brasileiro e a urna eletrônica, o melhor exemplo da obra coletiva dos que sucessivamente, há décadas, se dedicam no TSE ao fortalecimento da democracia, proporcionando sistema eleitoral confiável, seguro e auditável, a servir de modelo para todos — disse Rosa Weber.
A ministra retomou o discurso de posse dela na Corte, no último dia 12, quando afirmou que "sem um Poder Judiciário independente e forte, sem juízes independentes e sem imprensa livre não há democracia".
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou que a Justiça Eleitoral vai garantir que a votação nas eleições deste ano seja segura, transparente e confiável. O ministro ressaltou ainda que o Brasil vive o maior período de democracia ininterrupta em sua história.
— E isso é garantido por eleições limpas. Sempre repito que somos uma das quatro maiores democracias do mundo, porém a única que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia. É com agilidade, segurança, competência e transparência. É graças à tecnologia avançada, confiável, segura e auditável de nossas urnas eletrônicas. Isso sempre foi e continuará sendo motivo de orgulho nacional — disse à plateia de observadores internacionais.
Na mesma linha, o presidente do Senado, que também preside o Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), ressaltou dados das eleições, como a previsão de que mais de 120 milhões de eleitores compareçam às seções eleitorais dos 5.570 municípios brasileiros no domingo:
— Introduzida nas eleições de 1996, a urna eletrônica é simples, intuitiva, e acessível a todos: inclusive aos que não sabem ler e escrever, e mesmo às pessoas com deficiência visual. É prática, é rápida, é eficaz. E sobretudo provou-se, nestes quase 30 anos de uso, confiável, segura e transparente — avaliou Pacheco.
Entre as autoridades e personalidades presentes no evento, realizado em um hotel de Brasília, estão a ex-presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla; a ex-vice-presidente da Colômbia, Marta Lucía Ramírez; e a senadora uruguaia Mónica Xavier. Além disso, participaram representantes do Instituto para a Democracia e Assistência Eleitoral (IDEA, na sigla em inglês): o secretário-geral Kevin Casas-Zamora; e o diretor regional para América Latina, Daniel Zovatto.
Durante o evento desta quinta, o chefe da Missão de Observação da União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore), Lorenzo Córdova, ressaltou que a entidade vem acompanhando o pleito nos últimos anos, e relatórios de fiscalização das eleições demonstram a confiança no sistema eleitoral.