O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, usou parte do tempo da transmissão ao vivo de quarta-feira (28) nas redes sociais para atacar o ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
— Tudo o que Alexandre de Moraes faz, e não é de hoje, é para me prejudicar e ajudar Lula — disse o presidente, citando o candidato petista que lidera as pesquisas de intenção de votos na eleição presidencial deste ano.
Em seguida, Bolsonaro voltou a levantar dúvidas sobre o processo eleitoral.
— Espero que nada de anormal aconteça — disse.
Moraes voltou a ser alvo de Bolsonaro após autorizar, nesta semana, a Polícia Federal a quebrar o sigilo bancário e telefônico do ajudante de ordem da Presidência, Mauro Cesar Barbosa Cid. A corporação apontou suspeitas de que depósitos fracionados e saques em dinheiro das contas oficiais foram destinadas a pagar despesas pessoais da família presidencial e de pessoas próximas da primeira-dama, Michelle Bolsonaro — o caso foi revelado pela Folha de S. Paulo.
Moraes abriu inquérito na quarta-feira para apurar de onde partiu o vazamento das informações sobre a investigação. Na live, no entanto, Bolsonaro atribuiu a Moraes o vazamento das informações para a imprensa.
— Alexandre, quem vazou foi você! Seja homem, Alexandre — bradou o presidente. — É o tempo todo atazanando minha vida.
Bolsonaro citou como exemplo a decisão liminar do TSE que o proibiu de usar prédios e equipamentos públicos, como o Palácio do Alvorada, para fazer lives de cunho eleitoral.
— É como minha live aqui. Estou escondido — disse, sem revelar onde estava fazendo a transmissão, ao lado do ex-ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, candidato do Republicanos ao governo de São Paulo.
Bolsonaro também criticou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela decisão que suspendeu uma ação de cobrança de R$ 18 milhões em impostos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do instituto que leva o nome do petista. Segundo Gilmar, a cobrança estava amparada em decisões da operação Lava-Jato consideradas ilegais pela Corte.
Mais cedo, Bolsonaro realizou uma motociata em Santos, no litoral paulista, e ao discursar voltou a chamar Lula de "o maior ladrão da história do Brasil".