O União Brasil confirmou em convenção nacional, nesta sexta-feira (5), a candidatura da senadora Soraya Thronicke (MS) à Presidência da República. O encontro da sigla ocorreu em um centro de eventos de São Paulo, dias após a desistência de Luciano Bivar, presidente do partido, de disputar o cargo.
Marcos Cintra, ex-secretário da Receita Federal — que era cotado para apresentar o programa econômico do ex-ministro da Justiça e então pré-candidato a presidente da República Sergio Moro (à época no Podemos) —, será o candidato a vice na chapa de Thronicke. Ele é idealizador da proposta de criação de um imposto único.
Participaram da convenção o ex-juiz da Lava-Jato, que vai concorrer ao Senado pelo Paraná, e a esposa dele, Rosângela Moro, candidata já registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como candidata a deputada federal por São Paulo.
Criado a partir da fusão do DEM e do PSL, o União Brasil teve o apoio disputado por várias siglas, por ter as maiores fatias do fundo de financiamento de campanha e tempo de propaganda eleitoral em rádio e TV. As convenções dos partidos e das federações partidárias precisam ser realizadas até esta sexta-feira, e as candidaturas têm prazo de registro no TSE até 15 de agosto, com campanha na rua sendo realizada a partir do dia 16.
Opção da terceira via
Advogada, Soraya Thronicke foi eleita senadora em 2019 na onda bolsonarista, mas acabou se afastando do presidente em meio à pandemia da covid, quando se destacou pelo tom crítico durante os trabalhos da CPI que tratou das ações governamentais acerca do tema no Senado. A campanha da parlamentar visa quebrar o que vem sendo chamado de "polarização" entre Bolsonaro, do PL, e Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
A candidata defendeu a diminuição de impostos e uma solução para a fome no país. Ela ainda ressaltou que o "jogo não está definido".
— O jogo nem começou. Enquanto eles (Bolsonaro e Lula) estão brigando, somos todos brasileiros enquanto estivermos unidos. A minha missão será de unir o Brasil, superar as desigualdades, fazer o que não foi feito, livrar o Estado de uma máquina tão pesada.
Com a confirmação do nome de Soraya Thronicke pelo União Brasil, a disputa presidencial terá a maior participação feminina desde a redemocratização. Além da senadora do Mato Grosso do Sul, se candidatam Vera Lúcia (PSTU), Sofia Manzano (PCB) e Simone Tebet (MDB). Em 2014, foram três mulheres como cabeça de chapa: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Luciana Genro (PSOL).