O grupo de WhatsApp "Empresários & Política" sofreu uma debandada em massa após as mensagens que defendiam um golpe de Estado no Brasil serem divulgadas. De acordo com um dos integrantes, o grupo tinha cerca de 200 participantes e baixou para 70 na última quarta-feira (17), quando o caso foi revelado pela coluna do jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles.
Nesta terça-feira (23), após a operação da Polícia Federal (PF) contra os empresários, o número se reduziu ainda mais e sobraram 40 pessoas. O Estadão ouviu de um dos participantes que a debandada aconteceu por "medo" da repercussão que as mensagens tomaram.
Oito empresários do grupo de WhatsApp foram alvos de mandados de busca e apreensão. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi quem determinou que a PF fizesse a operação. Moraes é quem conduz o inquérito dos atos antidemocráticos. O ministro quer saber se os empresários financiaram atos contra as instituições. Além das buscas, o ministro também determinou a quebra dos sigilos bancários e o bloqueio das contas bancárias dos alvos.
Durante almoço em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez críticas à operação. Aliados de Bolsonaro também já criticaram duramente a decisão de Moraes. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), declarou que Moraes faz "ativismo político" e o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-DF) declarou que o ministro quer instituir "crime de pensamento".
Os alvos da operação foram:
- Afrânio Barreira Filho, do grupo Coco Bambu
- Ivan Wrobel, da W3 Engenharia
- José Isaac Peres, do grupo Multiplan
- José Koury, dono do shopping Barra World
- Luciano Hang, das lojas Havan
- André Tissot, da Sierra Móveis
- Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii
- Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa