Em discurso na sessão de reabertura dos trabalhos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta segunda-feira (1º), o presidente da Corte, Edson Fachin, condenou manifestações contrárias às urnas eletrônicas. Sem citar o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que tem atacado o sistema de votação do país, o ministro mandou um recado aos eleitores para que "não cedam aos discursos que apenas querem espalhar fake news e violência".
— Quem vocifera não aceitar resultado diverso da vitória não está defendendo a auditoria das urnas eletrônicas e do processo eleitoral de votação, está defendendo apenas o interesse próprio de não ser responsabilizado pelas inerentes condutas ou pela inaptidão de ser votado pela maioria da população — afirmou.
A fala de Fachin fez alusão às declarações recentes de Bolsonaro, que, em mais de uma ocasião, prometeu contestar o saldo das urnas por considerá-las fraudadas. Diante das tensões que se acumulam em torno das eleições, o presidente do TSE disse que "o Brasil é maior do que a intolerância e a violência".
Fachin enfatizou ainda que discursos de autoridades que desqualificam "a segurança das urnas eletrônicas têm um único objetivo: tirar dos brasileiros a certeza de que seu voto é válido e sua vontade foi respeitada".
— A opção pela adesão cega à desinformação que prega contra a segurança e auditabilidade das urnas eletrônicas e dos processos eletrônicos de totalização de votos é a rejeição do diálogo e se revela antidemocrática — afirmou.
Durante o discurso desta segunda, Fachin voltou a defender que há mais de 25 anos o sistema eleitoral brasileiro é tido por autoridades nacionais e internacionais como "seguro e confiável". Na contramão das acusações de Bolsonaro, o presidente do TSE disse que a Justiça Eleitoral "protege o voto e a liberdade de escolha".
— Nossa função é a de garantir a liberdade do seu voto e que ele será computado e considerado tal como feito. Fazemos isso há mais de 26 anos com as urnas eletrônicas, com comprovada transparência e segurança, e continuaremos a fazer isso nas eleições de 2022 — afirmou.