O segundo turno na maior cidade do país será disputado por Bruno Covas (PSDB), que busca a reeleição, e Guilherme Boulos (PSOL). Com 99,92% das urnas apuradas em São Paulo, na manhã desta segunda-feira (16), o atual prefeito tinha 32,86% dos votos, contra 20,24% do adversário.
Covas vai nortear a campanha nos próximos 15 dias antes do segundo turno com o mote "a esperança vai vencer os radicalismos". A frase escolhida é uma resposta à adotada por Boulos: "A esperança vai vencer o ódio".
A estratégia começou a ser colocada em prática no domingo (15), quando o candidato chegou ao diretório estadual do PSDB e a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já apontava Boulos como adversário no próximo dia 29. O prefeito chegou acompanhado do governador João Doria (PSDB) e foi recebido por uma claque de apoiadores.
— A esperança venceu os radicais no primeiro turno e vai vencer no segundo — disse já na abertura de sua fala.
Com o novo slogan, o comando da campanha do tucano quer evitar a nacionalização da disputa com uma polarização entre esquerda e direita. Para isso, o prefeito seguirá com o discurso de que ele representa o "centro político" e é um candidato moderado. Covas quer ainda fortalecer a ideia de que sua candidatura pode servir de exemplo para a formação de uma frente ampla para a sucessão presidencial em 2022.
Boulos, por sua vez, disse que a chegada ao segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo é o início "da derrota do bolsonarismo".
— Não é só uma eleição, estamos falando do projeto de uma geração. Isso sinaliza o começo da derrota do bolsonarismo — disse o candidato, antes mesmo do término da apuração. — Se confirmando os resultados, nós derrotamos o Bolsonaro no primeiro turno e agora vamos derrotar o Doria — afirmou, ao se referir a Celso Russomanno (Republicanos), que teve o apoio do presidente.
No segundo turno, Boulos terá como principal desafio se tornar mais conhecido, principalmente do eleitor para quem seu discurso é direcionado: o morador da periferia. O desconhecimento por parte dessa camada da população foi considerado o maior entrave da candidatura do PSOL na capital paulista.