Um dos dois senadores eleitos pelos gaúchos no domingo (7), Paulo Paim (PT) afirmou que a renegociação da dívida do Estado com a União será um dos principais objetivos de seu novo mandato no Congresso. O parlamentar destacou que projeto de sua autoria em relação ao tema pode "resolver o problema sem precisar privatizar nada".
O senador reeleito também mostrou preocupação com a guinada conservadora no Congresso. Confira trechos da entrevista de Paim a GaúchaZH na noite deste domingo (7).
1 - Agora, reeleito, qual será o posicionamento do senhor no Estado nesse segundo turno sem um candidato do PT na disputa pelo comando do Piratini?
Mediante o quadro que se apresentou, te digo que devemos estar preocupados mediante um status de um projeto de Estado e de nação. Prometi ajudar muito na renegociação da dívida do Estado, onde tenho projeto no Congresso. Temos de estabelecer uma negociação com a União, tem a Lei Kandir que nos deve R$ 50 bilhões. Não quero discutir o estrago. Quero discutir também a política nacional. Uma coisa está vinculada à outra. Esse debate nós vamos fazer, como todas as conversas que fizemos aqui, nesse momento que o PT não vai disputar o segundo turno no Estado, mas vai ter o debate da política nacional.
2 – Em diversos Estados, foi observado uma guinada de candidatos mais conservadores para o Congresso. Como o senhor analisa esse cenário?
É um cenário que me preocupa. Uma vez ouvi uma frase do Ulysses Guimarães: "Paim, quando tu pensas que o Congresso está ruim, podes imaginar que ele pode piorar". É o que acontece de eleição para eleição. Nós teremos um Congresso mais conservador do que o anterior. Consequentemente, se nós não soubermos trabalhar de fora para dentro com muito diálogo, muita mobilização, nós podemos passar por momentos mais difíceis do que estamos passando agora.
3 – Qual será a postura do senhor nesse novo mandato no Senado?
Eu serei um parlamentar de total independência, como sempre fui. Para mim, em primeiro lugar estão as causas e não as coisas. Em primeiro lugar, estão os interesses do povo gaúcho e do povo brasileiro. Manterei essa mesma postura que sempre tive.
4 – Em relação à renegociação da dívida do Estado com a União, qual será o posicionamento do senhor no Congresso para auxiliar o Rio Grande do Sul na busca pelo equilíbrio econômico?
Esse é o ponto que eu mais quero trabalhar nesse mandato. Sei que esse é o mesmo posicionamento do outro senador que se elegeu, o Luis Carlos Heinze. Na campanha, ele se apresentou como alguém que queria debater esse tema. Eu também quero e tenho um projeto. Ele está lá. Nós três (senadores gaúchos) podemos fazer um esforço no sentido de aprovar o projeto de minha autoria. Se aprovar o projeto de minha autoria, está resolvido o problema da dívida Estado sem precisar privatizar nada.