Uma das lideranças jovens da direita no Estado, Marcel van Hattem (Novo), 32 anos, ocupará pela primeira vez uma cadeira na Câmara dos Deputados. Para Brasília, levará a expressiva marca de 349,8 mil votos recebidos neste domingo. Com o resultado, Van Hattem tornou-se o candidato a deputado federal mais lembrado pelos eleitores gaúchos. Onyx Lorenzoni (DEM), o segundo parlamentar da lista, somou 183,5 mil votos, 166,3 mil a menos do que o representante do Novo.
— Esperava o reconhecimento pelo trabalho que venho fazendo. Minha regra é trabalhar sendo coerente. Esse é o melhor elogio que posso receber — afirmou Van Hattem na noite deste domingo.
Crítico de ações adotadas por partidos de esquerda, o agora deputado federal se define como um político de orientação liberal-conservadora. Sua trajetória na esfera pública começou em 2004. À época, aos 18 anos, conquistou uma das vagas de vereador de Dois Irmãos, no Vale do Sinos.
De lá para cá, foi três vezes candidato a deputado estadual (2006, 2010 e 2014). Na última tentativa, virou suplente pelo PP, o seu antigo partido, mas assumiu a vaga aberta pelo então colega de sigla Pedro Westphalen, que passou a ocupar o secretariado do governo Sartori.
Van Hattem migrou em março para o Novo. Em Brasília, promete "combater privilégios em todos os Poderes".
— Precisamos focar em privatizações, para reduzir o tamanho da máquina pública, na desburocratização e na defesa das reformas — afirmou.
No Rio Grande do Sul, Van Hattem foi uma das principais lideranças pró-impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Nos últimos anos, também ganhou repercussão ao defender na Assembleia o projeto de lei Escola Sem Partido. O cientista político se diz crítico ao que classifica como "marxismo cultural".
Em 2014, o deputado federal eleito com o maior número de votos no Estado foi Luis Carlos Heinze (PP), com 162,4 mil votos, 187,4 mil a menos do que Van Hattem. Na eleição anterior, em 2010, Manuela D'Ávila (PCdoB) fez 482 mil.