A Executiva Nacional do PPS decidiu nesta quarta-feira (10) liberar seus filiados para que escolham quem apoiarão na disputa do segundo turno da corrida presidencial. A sigla também decidiu que fará oposição ao próximo governo.
Apesar de haver integrantes que defendiam uma formalização de apoio a Fernando Haddad, do PT, a sigla avaliou que seria muito difícil se posicionar desta forma agora porque sempre fez oposição aos governos petistas.
— Temos um partido que provocou tudo isso que estamos vivendo por conta do seu desmantelo, da corrupção implantada quando no governo, e por outro lado temos aquele que sempre foi um enaltecedor da ditadura, tortura e torturadores. Isso não corresponde em nada aos nossos princípios e valores — explicou o presidente da sigla, deputado Roberto Freire (SP).
Freire afirmou considerar que tanto as candidaturas de Jair Bolsonaro, do PSL, quanto a de Fernando Haddad, do PT, defendem ditaduras, não respeitam práticas democráticas e colocam em risco liberdades já garantidas ao cidadão.
— Os dois projetos são autoritários, não respeitam a democracia e, portanto, colocam em risco o Estado Democrático de Direito, e o partido vai afirmar para a sociedade o que é de fundamental nesse futuro governo seja ele quem for — disse Freire, que exemplificou como liberdades em risco a de expressão e de imprensa.
Congresso
Freire comentou também o resultado das eleições para o Congresso e avaliou que a renovação dos nomes para a próxima legislatura representa, na verdade, uma mudança de correlação de forças políticas no Legislativo.
— Você teve surpresas, com o fortalecimento de partidos mais extremos, da direita ou da esquerda. E houve um enfraquecimento do centro democrático. Isso pode criar algum problema se nós não tivermos a firmeza de implantar concretamente a ideia de que contra a democracia, nada — disse.
De acordo com o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), o partido será oposição no Congresso a qualquer um dos dois possíveis presidentes.
— Principalmente ao PT que já conhecemos. E vamos ser oposição ao Bolsonaro pelo que ele representa. Por suas práticas, por seu discurso. De forma alguma vamos avalizar um ou outro — disse.