A penúltima semana de campanha dos candidatos ao Palácio Piratini será aberta nesta segunda-feira (15), mas a maior expectativa do dia deverá se concentrar não em Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o segundo turno, mas sim na reunião do diretório estadual do PDT que decidirá no voto o rumo a ser tomado pelo partido.
Quarto colocado no primeiro turno da eleição ao Palácio Piratini com 11,08% dos votos válidos, o PDT de Jairo Jorge reunirá o seu diretório estadual, às 19h desta segunda-feira (15), para optar entre liberar os militantes, na ideia da neutralidade, ou por adotar o "apoio crítico" a um dos concorrentes que seguem no páreo. Como o PT de Miguel Rossetto já declarou neutralidade, o PDT restou como o partido mais cobiçado por Leite e Sartori. Jairo obteve 661,7 mil votos no primeiro turno, mais do que o dobro dos 263 mil eleitores conquistados pela sigla na eleição de 2014, quando o PDT lançou Vieira da Cunha ao governo estadual.
— Ainda que não vitorioso, o PDT saiu fortalecido. Não sou favorável a voto branco ou nulo. Por isso, eu defendo que adotemos o apoio crítico, mantendo as críticas, mas buscando a candidatura que tem maior proximidade com os nossos princípios. Vou externar minha posição apenas na reunião — diz Jairo.
Nos bastidores, a avaliação é de que ele está mais próximo de Sartori. Um dos motivos, além dos ideológicos, seria de ordem pragmática: a disputa local entre o PDT e o PTB em Canoas. O pedetista Jairo é ex-prefeito da cidade, atualmente comandada por Luiz Carlos Busato (PTB), um dos principais apoiadores de Leite. É provável que os grupos de ambos voltem a rivalizar no futuro próximo no município da Região Metropolitana. Confrontado com essa hipótese, Jairo não foi definitivo.
— Conversei com Eduardo e com Sartori, tenho boa relação com ambos. Vou tomar minha decisão somente amanhã (segunda), analisando todos os elementos. E também vou aguardar o partido — opina Jairo, que considera fundamental manter a unidade do PDT em torno de uma escolha.
O pedetista ainda declarou ser favorável a uma resolução que será colocada em votação na reunião do diretório. Caso aprovado, o documento indicará de antemão que, independentemente de quem vencer o pleito ao Piratini, o PDT se manterá na oposição, sem ocupar cargos.
— Me parece que essa opção tem ampla maioria no partido. O povo gaúcho nos colocou na oposição e acredito que temos de acatar isso nos próximos quatro anos — comenta.
Na eleição à Presidência, o diretório nacional do PDT optou por conceder o "apoio crítico" ao candidato Fernando Haddad (PT). No primeiro turno, o pedetista Ciro Gomes ficou em terceiro lugar na disputa, alcançando 12,47% dos votos válidos.