O general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente eleito na chapa de Jair Bolsonaro, concedeu entrevista do programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, na tarde desta terça-feira (30). Ele reforçou que a ideia de Bolsonaro é aprovar ainda esse ano a reforma da Previdência, nos mesmos moldes enviados ao Congresso por Michel Temer.
— Vale a palavra do presidente Jair Bolsonaro. Esse que dá a decisão. A palavra do presidente é clara. Ele pretende ver a possibilidade de aprovar ainda este ano o (projeto) que está no Congresso. O deputado Onyx, usando uma linguagem de paraquedista, está esta encarregado de "cheirar o vento" e ver se temos condições de aprovar isso — disse.
Na segunda-feira, o deputado gaúcho Onyx Lorenzoni (DEM), anunciado como futuro ministro da Casa Civil, afirmou que o governo eleito pretende fazer uma nova proposta de reforma, mas Bolsonaro, em entrevistas posteriores, reiterou que pretende colocar uma parte das mudanças da Previdência em vigor ainda em 2018.
Mourão falou sobre a formação da equipe ministerial do novo governo. O tema foi debatido em reunião realizada nesta terça-feira (30), com a presença dos futuros ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Economia, Paulo Guedes, e da Defesa, general Augusto Heleno.
— Ainda falta acertar algumas fusões dos atuais ministérios, para evitar que se faça algum "Frankenstein" e tentar harmonizar as áreas que existem hoje. Eu acho que vai ficar na faixa dos 16, 17 (ministérios). Não teve nenhum nome ventilado. Tem uma lista que está em poder do presidente, de pessoas que ele considera capacitadas — afirmou.
Apoio de 300 deputados
Sobre a relação com o Congresso Nacional, Mourão afirmou que o governo Bolsonaro já conta com o apoio de "cerca de 300 deputados". Questionado sobre o seu papel durante o governo, ele afirmou que não ocupará nenhum ministério.
— Já definimos (eu e o presidente) que não vou aceitar nenhum ministério. Eu também não desejava. Ficamos acertados nisso. Eu fico mais numa espécie de curinga para ser empregado no que ele julgar necessário para coordenação de trabalho — contou.
Sobre as mudanças no regime de recuperação fiscal propostas pelo governador eleito Eduardo Leite (PSDB) na campanha, Mourão não deu uma resposta direta.
— Ou ele começa negociando com o atual governo ou espera a nossa assunção para reiniciar essa negociação — declarou.
Por último, ele reforçou a sua relação com o Rio Grande do Sul.
— Nós temos dois gaúchos lado a lado com o presidente. O Rio Grande tem dois representantes muito próximos do presidente da República. O governador Eduardo Leite terá apoio total do governo federal, assim como vamos apoiar as necessidades dos diferentes Estados — concluiu.