O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, atacou o que ele chamou de tentativa dos Estados Unidos de influenciar a América do Sul. A fala de Haddad veio após questionamento, em entrevista à Rádio Capital, nesta segunda-feira (15) sobre os desafios de governos vizinhos, como a Venezuela.
— Não podemos permitir que os americanos se metam na América do Sul. Se a Venezuela está com problemas, não é a guerra a solução. Temos de chamar a ONU. Chegar na Venezuela com uma solução democrática. Sou contra o militarismo — disse Haddad.
Na sua resposta, o candidato do PT fez referência aos conflitos permanentes no Oriente Médio, que decorreriam das brigas pelo petróleo.
— Você não tem dúvida que nossa preocupação com nossos vizinhos tem de ser permanente. Não podemos correr o risco de declarar guerra à Venezuela ou permitir a instalação de uma base dos Estados Unidos no Brasil — afirmou Haddad, em referência a uma negociação entre os governos brasileiro e dos EUA para utilizar com fins militares a Base de Lançamento de Alcântara, da Força Aérea Brasileira, no Maranhão.
Reformas
O candidato do PT reforçou suas críticas à reforma trabalhista, aprovada pelo governo de Michel Temer, que seria responsável por "prejuízos enormes".
— Bolsonaro votou a favor dela (reforma trabalhista). Nós não vamos ser País forte com trabalhador fraco. País forte tem de contar com trabalhador com renda — disse Haddad.
Sobre previdência, Haddad afirmou que prepara mudanças.
— Agora nossa meta final é ter regime único de Previdência. Porque é o justo. Os chamados regimes públicos precisam ser reestruturados — disse, apontando o desafio de Estados como Minas e Rio em arcar com sua folha de pagamento.