Vestidos em sua maioria de verde e amarelo e agitando bandeiras do Brasil, apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) estão reunidos desde o fim da tarde nas proximidades do Parque Moinhos de Vento, para acompanhar a apuração. Às 19h, após o primeiro resultado mostrando a liderança do candidato, os eleitores explodiram em gritos, junto ao som de fogos. “Mito! Mito”, gritavam.
Faixas foram estendidas com as inscrições “Fraude não!” e “Somos Moro” na passarela da Avenida Goethe. Por volta das 17h40min, a avenida foi trancada.
Além das bandeiras e camisetas com a foto de Bolsonaro, uma faixa presidencial com o nome do candidato também é vendida nas proximidades do parque.
Um telão instalado no local transmite ao vivo a apuração. Um boneco inflável, representando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dentro de uma gaiola circulava entre os apoiadores. “Fora PT”, gritavam.
Um grupo musical chamado Banda Loka Liberal também puxou canções com críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT)— como Chora Petista — e de apoio a Bolsonaro.
Grávida de cinco meses do primeiro filho, Miguel, Fernanda Oliveira, 30 anos, escreveu "Democracia" na barriga. A designer conta que pretendia votar em João Amoêdo (Novo) no primeiro turno, mas acabou mudando o voto para Bolsonaro ao perceber o crescimento dele nas pesquisas.
— Sou a favor da democracia e acho que neste momento é o Bolsonaro que representa isso no país. É a melhor opção.
O marido, André Guazzelli, 35 anos, espera do candidato redução de impostos e uma política mais liberal na economia.
— Votei no Amoêdo no primeiro turno, pela ideologia. Agora vamos pressionar o Bolsonaro para que cumpra o prometido, já que estamos apoiando — diz.
— Vamos ficar em cima dele depois que vencer — afirma Fernanda.
Enrolada em uma bandeira e agitando outra, Carmem Sylvia Ercolani, 73 anos, gritava:
— Eu vim de graça! Eu vim de graça! Sou caixa 2. Sou robô do Bolsonaro!
A aposentada diz que o resultado da eleição não deve trazer impactos na sua vida, mas entende que os mais jovens serão afetados.
— Eu já sou aposentada, minha vida não vai mudar. Tenho muita fé que ele vai mudar o Brasil. Vai nos dar mais segurança, mais educação e mais saúde. Para pessoas mais novas, como minha amiga aqui, vai melhorar — afirma, apontando para outra apoiadora.
A advogada Liselaine Marques da Rosa, 38 anos, aposta que Bolsonaro pode garantir mais segurança ao país.
— Quero uma tropa de choque. Como está não tem como. Estou cheia de não poder andar na rua com uma corrente, um brinco. Andar com medo. Não quero mais que o meu celular valha mais que a minha vida — diz.