Se Julio Flores (PSTU) enfrenta a 12ª eleição consecutiva, sua companheira de chapa na corrida pelo governo estadual participa da segunda disputa. Em 2012, Ana Clélia Teixeira (PSTU) concorreu, sem sucesso, a vice-prefeita de Passo Fundo. Agora, espera ser uma vice alinhada ao governador.
Ela é a sétima e última entrevistada da série de ZH com os vices. A publicação seguiu a ordem das entrevistas dos candidatos a governador. A chapa do PCO não aceitou participar.
Qual a principal característica que uma vice-governadora precisa ter?
A vice deve ter o mesmo perfil do candidato. Acreditamos que ambos precisam ter um programa e propostas desenvolvidas coletivamente para aplicar à população. Então, a característica essencial é estar alinhada com o governador.
Se eleita, como pretende colaborar com o governador?
Pretendemos governar juntos para implementar nossas propostas de campanha, que são valorizar a educação e aplicar recursos na segurança e na saúde. Como mulher, tenho de investir nas políticas para mulheres, contra machismo, homofobia e xenofobia. Vou trabalhar com o governador para implementar nossas propostas de campanha. Também é preciso atuar na educação, nas escolas, para mudar esse perfil de comunidade xenófoba e machista. Nossa proposta é diferenciada das de outros candidatos, porque quem vai governar conosco é a população. É o povo que vai debater nos bairros, nas escolas e outros lugares. Quero ajudar a levantar esse debate e ouvir o que o coletivo necessita.
Há alguma causa ou assunto mais específico com o qual planeja se envolver se for eleita?Como educadora, vou me ater mais à área de educação. Precisamos fazer a transformação dentro das escolas. Também vamos pagar o piso salarial para os professores e funcionários, manter o plano de carreira deles, ou melhor, o nosso, porque eu e o Julio também somos educadores. Queremos investir na área, pois é a base para toda a população. Temos o meio de pagar os salários em dia. É a lei do Fundeb. Desde o governo Tarso Genro, o Estado recebe, mas não usa verba para pagar reajustes ou nosso salário. Até 2020, sabemos como pagar em dia e pensar em reajuste. São R$ 300 milhões recebidos pelo fundo. Nossa folha é de cerca de R$ 200 milhões. Os salários dos professores estariam em dia se o Fundeb fosse aplicado onde é para ser. A lei diz que de 60% até 100% do fundo pode ser usado na folha. Nem Tarso ou José Ivo Sartori utilizaram na educação.
Cite um exemplo de vice que a senhora admira.
Lembramos dos que assumem, aqueles que tiveram seus titulares cassados. Os que assumiram, estão aí por irregularidades dos governos. Não por mérito ou qualidade. Não me orgulha ter Michel Temer no lugar da presidente cassada. É mais um projeto de governo que não deu certo. Existem vices que trabalham junto, mas é um cargo muito discriminado. A figura principal é o governador, prefeito ou presidente. Temos de mudar essa realidade, o vice é tão importante quanto o titular quando há um projeto conjunto.