Premidos entre a crise financeira do Estado e a demanda da população por mais segurança, os candidatos a governador prometem prioridade à área, mas evitam se comprometer com projeções que possam ser cobradas no futuro.
GaúchaZH fez três perguntas sobre o tema a sete concorrentes ao Palácio do Piratini. A reportagem tentou contato com Paulo Medeiros (PCO), mas não obteve retorno.
Confira as respostas de Julio Flores (PSTU)
1) Em meio à crise econômica, o que o senhor fará para reduzir o déficit de milhares de servidores na Brigada Militar, Polícia Civil, Susepe e IGP? Quantos pretende chamar no seu governo para cada uma das corporações e como pagá-los?
Faremos como propomos para todo o serviço público: mediante concurso. Tem de fazer análise criteriosa, para que tenhamos uma ampliação dos efetivos conforme a real necessidade. Sobre como pagá-los, acabaremos com a farra do dinheiro público, que garantem privilégios para os grandes empresários. Não pagaremos a dívida com o governo federal, que consome entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões por ano. Essa dívida já foi paga. Passou de R$ 9 bilhões para os atuais R$ 67 bilhões. Acabaremos com as isenções de impostos para empresários que impedem que arrecademos R$ 15 bilhões por ano e com a sonegação de impostos que surrupiam R$ 8 bilhões dos cofres públicos. Com isso, teremos quase R$ 30 bilhões para investir em áreas que o povo da periferia necessita. Os recursos para o pagamento de funcionalismo virão daí. Dá para pagá-los e sobra troco. Muito troco.
2) Em quanto tempo o senhor conseguirá reduzir o déficit de 12 mil vagas em prisões do Estado? Quantas casas prisionais serão construídas na sua gestão?
Prisão nenhuma. Nosso lema é: menos prisões, mais escolas. Ao mesmo tempo que os trabalhadores constroem hospitais, escolas e casas, estarão empregados e terão salário para sustentar suas famílias. Nossa política é resolver problemas estruturais, assim não haverá quem encarcerar. Vamos desarticular o crime organizado e o tráfico, que é o principal responsável pela criminalidade, com a legalização das drogas (trata-se de uma questão nacional, que não pode ser alterada pelos Estados). Não queremos tiroteios que assassinam jovens negros e inocentes. Fazer uma polícia unificada, desmilitarizada, em que as chefias sejam eleitas por servidores.
3) Outros locais do Brasil adotam a política de premiar policiais por resultados, como número de prisões e apreensões de armas e drogas. O senhor é favorável, pretende instituir ação semelhante? Há uma alternativa?
Somos totalmente contrários. Isto é a tal meritocracia que estimula a competição e a disputa fratricida entre colegas. As decisões e as ações têm de ser coletivas, conscientes e solidárias entre os servidores para o bem coletivo da maioria da população explorada. É necessário que haja controle público da polícia. Isso é importante para que se tenha o controle da população sobre a segurança, que as ações da polícia sejam feitas em benefício do povo e não contra ele.