Depois de divergências na campanha, a equipe do candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, começou a divulgar na terça-feira (25), de forma pulverizada, o manifesto para tentar neutralizar críticas e amenizar a imagem de antidemocrático e radical do presidenciável.
Nas primeiras mensagens publicadas no Twitter, a campanha procurou mostrar um candidato crítico a divisões da sociedade e destacou que, em um eventual governo, o Bolsa Família será mantido.
Na segunda-feira (24), o jornal O Estado de S. Paulo informou que o formato do chamado "Manifesto à Nação" estava em discussão.
As versões do material preparadas por aliados - e avaliadas pelo próprio candidato - tentam reduzir críticas feitas a ele por declarações polêmicas nas questões de gênero e na área econômica. O próprio Bolsonaro reiterou que um documento nos moldes da "Carta ao Povo Brasileiro", divulgada em 2002 pela campanha de Lula à Presidência para acalmar o mercado, poderia irritar seu eleitorado. Assim, a campanha começou a preparar mensagens com intuito de não perder o tom de crítica à esquerda.
As mensagens divulgadas na rede social têm um formato diferente - trazem uma foto do candidato e o texto entre aspas, como se fosse uma frase, assinada por Jair Bolsonaro.
"Muitos miram propositalmente na divisão da sociedade, resultando na luta de classes e no enfraquecimento de nossos valores", destacou o candidato. E continuou: "Pessoas divididas, sem identidade familiar e cultural, são mais fáceis de serem controladas. É o plano perfeito para quem quer se perpetuar no poder".
Já na mensagem sobre o principal programa social dos governos petistas, o Bolsa Família, a campanha voltou a enfatizar a necessidade de investigar supostos desvios de recursos, sem prejuízo para os beneficiados. "As fraudes no Bolsa-Família são comuns. São milhões que deixam de chegar à que realmente precisa (sic)", ressaltou o texto. "A destinação correta resultará num grande impacto financeiro positivo e de ajuda para quem realmente precisa."