O candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, irritou-se com as declarações do vice na sua chapa, o general da reserva Hamilton Mourão, que criticou o pagamento do 13º salário e de adicional de férias. Logo que foi informado da fala de Mourão, Bolsonaro usou o Twitter para se posicionar contra o general e orientar aliados a defenderem as garantias trabalhistas. Na mensagem, Bolsonaro sugeriu que Mourão não conhece as regras constitucionais.
"O 13º salário do trabalhador está previsto no art. 7º da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por Proposta de Emenda à Constituição)", escreveu. "Criticá-lo, além de ser ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição", acrescentou.
Nas primeiras conversas com pessoas próximas sobre esse episódio, Bolsonaro voltou a defender que Mourão evite participações em eventos públicos. Na semana passada, o candidato a vice já tinha sido orientado a suspender sua agenda após dar outras declarações polêmicas.
Na manhã de quarta-feira (26), em palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uruguaiana, Mourão afirmou que o 13º salário e o pagamento de adicional de férias são "jabuticabas", ou seja, só ocorrem no Brasil.
— Temos umas jabuticabas que a gente sabe que são uma mochila nas costas de todo empresário — disse. — Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Como a gente arrecada 12 (meses) e pagamos 13? O Brasil é o único lugar onde a pessoa entra em férias e ganha mais — completou.
— São coisas nossas, a legislação que está aí. A visão dita social com o chapéu dos outros e não do governo — reforçou o vice de Bolsonaro.
Na noite de quarta-feira (26), em evento em Bagé, Mourão defendeu a revogação da estabilidade no serviço público e uma profunda reforma do Estado, com prioridade para saúde, segurança, educação e agronegócio. Ele ainda criticou o "ambientalismo xiita" e a "hegemonia do politicamente correto".