Sete candidatos ao Palácio Piratini debateram por 90 minutos, na manhã deste sábado (25), sobre ideias e soluções para o agronegócio e a agricultura familiar gaúcha, setores fundamentais para a economia do Rio Grande do Sul. O encontro ocorreu no painel Campo em Debate, realizado na Casa RBS no Parque de Exposições Assis Brasil, na Expointer, em Esteio, logo no primeiro dia de realização da tradicional feira. O debate foi conduzido pelas jornalistas Rosane de Oliveira e Gisele Loeblein.
Em encontro marcado pela apresentação de propostas — superando ataques pessoais, que não tiveram espaço entre os postulantes —, Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (PMDB), Julio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo), Miguel Rossetto (PT) e Roberto Robaina (PSOL) responderam a perguntas sobre a guerra fiscal que está retirando competitividade da agroindústria gaúcha. Também trataram das restrições burocráticas e técnicas que dificultam a circulação e comercialização de produtos da agricultura familiar. Estes dois temas foram pré-determinados para pautar as duas primeiras rodadas de conversas, que não foram feitas no modelo de enfrentamento direto entre os candidatos.
Sobre a guerra fiscal, as avaliações giraram em torno da revisão da Lei Kandir, que isenta de imposto os exportadores. Com isso, os produtores que vendem soja a outros países deixam de recolher o ICMS. Isso os torna mais competitivos no preço, mas o governo gaúcho deixa de arrecadar. E a União, que deveria compensar o Piratini pela desoneração, como prevê a Lei Kandir, não o faz, acumulando uma dívida na ordem de R$ 50 bilhões.
Foram citadas as hipóteses de liderar um movimento de cobrança efetiva sobre a União dos valores devidos de compensação, além da reestruturação do pacto federativo de forma a evitar ou amenizar a guerra fiscal entre os Estados brasileiros. A qualificação da infraestrutura rodoviária e a criação de alternativas de escoamento da produção também foram citadas como opções para ampliar a competitividade da agroindústria gaúcha, além de maior celeridade em licenças ambientais.
Fortalecimento da Emater e eletricidade no campo
Sobre a agricultura familiar, entre os itens mais citados pelos candidatos estiveram o fortalecimento da Emater, que oferece cursos e treinamento aos pequenos produtores sobre como melhorar a plantação. A precariedade da energia elétrica em localidades do interior foi item recorrente. Diversos candidatos afirmaram que a ausência da energia trifásica em determinadas comunidades do interior é um impeditivo para o uso de equipamentos mais modernos que qualificam as produções. A oferta de internet e telecomunicação no campo foram apontadas como fundamentais para aliar tecnologia ao trabalho e também para manter o jovem no meio rural, evitando o êxodo que ameaça a continuidade da sucessão familiar em propriedades.
No terceiro bloco, a produção do programa sorteou uma pergunta específica para cada um dos sete candidatos. Foram abordados temas como a tributação do arroz em casca, a existência de duas secretarias distintas no governo estadual para atender o grande e o pequeno produtor rural, planos de irrigação para a Metade Sul e as alternativas de logística para fugir da dependência rodoviária, entre outros.
Depois de 90 minutos de propostas, o debate acabou em torno das 12h30min.