O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), afirmou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, que o PSDB não é hegemônico para as eleições 2018 e que precisa ceder mais espaço na aliança. Figura importante entre os partidos do Centrão (DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade), com quem os tucanos fecharam coligação, o democrata disse que a candidatura Geraldo Alckmin é em cima de um projeto maior. Maia deixou isso claro quando questionado se continuará no comando da Casa mesmo com uma eventual derrota de Alckmin.
— Fui eleito presidente na primeira vez [em 2016] numa circunstância em que poucos acreditavam. Eu não era o candidato do governo. Na segunda vez, o governo tinha dois candidatos, um era eu. Tive apoio de partidos da base e da oposição. O que vai se construir no futuro passa pela eleição. Por isso é importante que se crie uma frente que deixe claro que não é uma eleição do Geraldo, do PSDB, é uma eleição do Geraldo em cima de um programa claro - destacou Maia.
O centrão ficou dividido entre Ciro Gomes (PDT) e o ex-governador de São Paulo. Para o deputado democrata, o que deu vantagem ao tucano foi uma 'agenda convergente'.
— Com Geraldo, as questões ideológicas convergiam sem necessidade de explicação, somado ao fato de que Ciro poderia dividir o grupo — revelou Maia à Folha.
Maia, que está nos Estados Unidos para não se tornar inelegível durante a ausência de Michel Temer (MDB), chegou a ser lançado como pré-candidato a presidente. Porém, abriu da mão da sua candidatura nesta quinta-feira (26), quando oficializou a desistência em uma carta lida pelo líder dos Democratas, ACM Neto.