O empresário Josué Gomes, que oficializou nesta quinta-feira (26) sua recusa em ser vice na chapa do pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, foi vítima de uma armadilha por parte dos partidos que integram o centrão, afirmou o candidato à Presidência do PDT, Ciro Gomes.
— Na medida em que ele foi orientado por Lula a entrar no PR, ele entrou numa armadilha — disse o pedetista, que participou nesta quinta-feira, em São Paulo, da convenção estadual do partido.
Ciro, que também sondou o empresário para vice, voltou a elogiar Josué, mas disse entender, no entanto, que a notícia da recusa tem pouco a ver com a sua campanha.
Josué, que é filho do ex-vice-presidente de Lula, José Alencar, foi anunciado como o nome do centrão na semana passada para compor a chapa com o tucano. No entanto, ele declinou do convite, um movimento que foi oficializado com uma carta de quatro parágrafos nesta quinta-feira. Nela, o herdeiro da Coteminas disse ter declinado por "motivos pessoais".
Ciro, que até meados da semana passada também esteve próximo de fechar com o centrão, disse que "jamais" esteve em seus planos estratégicos fazer uma aliança "com essa gente".
— Eles que me procuraram, que toparam conversar comigo — revelou.
O pedetista negou também que a polêmica entrevista a uma TV no Maranhão, em que disse ser necessário o colocar juízes e o Ministério Público "na caixinha", tenha causado estremecimentos em sua campanha.
— Não que eu saiba — desconversou.
Segundo o jornal Estadão, a polêmica levantada com a entrevista concedida no último dia 16 à TV Difusora, do Maranhão, causou desconforto na campanha e levou Ciro a ameaçar desistir da própria candidatura. Ele teria sido contido com a ajuda de seu irmão, o ex-governador do Ceará Cid Gomes.