Infraestrutura foi o principal assunto discutido pelo prefeito de Caxias do Sul Adiló Didomenico em Brasília, nesta terça-feira (23). As agendas trataram do Aeroporto Regional da Serra Gaúcha, em Vila Oliva, de obras no trecho urbano da BR-116, como viaduto na Perimetral e duplicação de trecho no bairro Planalto, além da construção de quatro tanques de retenção de águas pluviais, os famosos piscinões.
Em relação ao novo aeroporto, previsto para ser construído em Vila Oliva, no interior do município, Adiló reforçou que recebeu a confirmação da Secretaria Nacional da Aviação Civil (SAC) de que o projeto é prioridade do governo federal. O que falta, neste momento, é que a empresa Iguatemi Consultoria e Serviços de Engenharia, de Santa Catarina, entregue um complemento ao projeto da infraestrutura do sítio, com informações sobre terraplenagem, comprimento de pista e cercamento, por exemplo. O prazo para esta entrega é a próxima sexta-feira, 26 de abril, e a empresa garantiu à prefeitura e também à SAC que irá cumpri-lo.
— Entregue isso, a SAC tem até 30 dias para revisar. Estando tudo de acordo, liberam o projeto para que a gente possa fazer os encaminhamentos de licitação. E aí, evidentemente, entra a parte do governo para autorizar a questão de recursos. Mas veja bem, em nenhum momento a Secretaria da Aviação Civil cogitou que esse projeto não terá recursos, isso foi reiterado para nós. A SAC nos deu toda a tranquilidade. Esse é o maior projeto de aviação civil e regional que eles têm hoje no Brasil. Seria uma alternativa não só para a Serra Gaúcha, como também para o Salgado Filho quando tem algum problema de neblina, alguma coisa em Porto Alegre — enfatiza Adiló.
Ainda de acordo com o prefeito, que se reuniu na SAC com o coordenador-geral de projetos aeroportuários, Marcio Maffili Fernandes, após a revisão e eventual aprovação, é a própria secretaria quem comunica a Casa Civil, que é quem aprova o aporte de recursos (estimados em cerca de R$ 200,5 milhões) ao projeto para que vá então à licitação.
— O importante é que o projeto está dentro do cronograma, está dentro do planejamento da SAC e o acordo que foi assinado lá em 2018 com o município de Caxias do Sul está válido. Não tem nenhuma inconformidade até agora para surgir qualquer especulação negativa contra o andamento desse projeto — destaca o prefeito caxiense.
A próxima etapa, segundo a prefeitura, será encaminhar o projeto arquitetônico das edificações para o novo aeroporto, que envolve terminal de passageiros, por exemplo. Conforme Adiló, as etapas do andamento para a construção da nova estrutura estão sendo acompanhadas pela Secretaria Municipal de Planejamento e pelo Ministério de Portos e Aeroportos.
Pressão por viaduto e duplicação na BR-116
Em outra agenda, dessa vez no Ministério dos Transportes, o prefeito tratou do projeto de construção de um viaduto entre a BR-116 e a Perimetral Norte. De acordo com Adiló, esse projeto está pronto desde julho do ano passado e agora, para tirar do papel, é preciso mobilizar a bancada gaúcha no Congresso para obter os recursos necessários, estimados em R$ 50 milhões.
— O projeto está pronto. Agora depende da liberação de recursos, e a orientação que nós vamos dar para o nosso pessoal é para mobilizar a bancada gaúcha para que a gente possa encaixar o projeto em recurso do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal), se possível ainda este ano. Vamos nos movimentar junto à bancada gaúcha para irmos até a Casa Civil justamente para tentar liberar. Esse é um projeto que está maduro, está pronto, está revisado, atualizado e é estratégico e muito importante para Caxias — avaliou Adiló.
Ainda no ministério, o prefeito aproveitou para pressionar o início da obra de duplicação da BR-116, entre a Avenida São Leopoldo e o acesso ao bairro Planalto – que está travada após imbróglio entre Dnit e Sulgás para remoção ou não de tubulação subterrânea de gás. Do diretor de obras públicas, Allan Machado, Adiló recebeu a informação de que a situação está nas mãos do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) em Porto Alegre.
— A gente pediu que eles também nos ajudem para que se tome uma decisão, que é técnica, e não política. Essa obra tem que sair o quanto antes. Já passou da hora de começar e de ter acontecido, pelo amor de Deus, porque esse gargalo nos traz problemas, não adianta tu ter duas pistas para cima, se quando chega ali enforca.
Não tem nenhuma inconformidade até agora para surgir qualquer especulação negativa contra o andamento desse projeto
ADILÓ DIDOMENICO
Sobre a construção do novo aeroporto regional em Vila Oliva
"Piscinões" na Casa Civil
Há também expectativa positiva para a construção de quatro tanques de retenção de águas pluviais, os famosos piscinões, para evitar alagamentos. Em janeiro, um contrato foi assinado com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) no valor de R$ 23,7 milhões, incluindo galerias de águas pluviais. Com aval do Ministério das Cidades, o projeto está aguardando autorização da Casa Civil para ser destravado.
— Foi uma reunião muito importante, o projeto recebeu todos os pareceres favoráveis, mas a única questão que atrasou um pouco foi que o governo tem dado prioridade dentro do PAC, mas esse é anterior, então não tinha como estar no PAC. O projeto já estava assinado com parecer favorável da Secretaria do Tesouro Nacional e ficou combinado para ser reavaliado justamente para liberar independente do PAC, porque já estava autorizado ainda no ano passado. Acredito que teremos novidades possivelmente nos próximos dias.
Em mais uma agenda na capital federal, o prefeito de Caxias do Sul protocolou, no gabinete do deputado federal Lucas Redecker (PSDB-RS), uma proposta de implantação do Projeto Aeromédico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Caxias. Segundo Adiló, seria “estratégico” para Caxias e região ter esse serviço.