O acesso principal ao novo aeroporto de Vila Oliva vai se chamar RS-466 e fará a ligação entre a Rota do Sol, em Caxias do Sul, e a cidade de Canela, passando pelo terminal aéreo. A denominação e o esboço da rodovia foram apresentados na manhã desta sexta-feira (29) pelo secretário de Logística e Transportes do Estado, Juvir Costella, em um painel para tratar do tema na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias.
O acesso ao aeroporto, principalmente a ligação entre o futuro terminal e a Região das Hortênsias, é um dos principais projetos a serem executados para viabilizar o empreendimento. Até então a estrada era planejada pelo município, mas em julho deste ano o Estado se comprometeu a executar a obra. O primeiro passo era gravar o trajeto no mapa rodoviário do Estado, etapa que resultou na denominação da rodovia. A RS-466, inclusive, já existe e faz a ligação entre o centro de Canela e o Parque do Caracol. O acesso ao aeroporto, portanto, seria a extensão do traçado já existente. A Secretaria de Logística e Transportes do Estado (Selt), definiu duas opções de traçado, que utilizam trechos de estradas já pavimentadas.
Em ambos os casos, porém, a ligação prevista com a Rota do Sol será por um trecho de 12 quilômetros atualmente não pavimentado. Em seguida, há a possibilidade de utilização de um trajeto pela área urbana de Vila Oliva, passando pela localidade de Tunas Baixas, ou por um contorno, via Tunas Altas. Em ambos os casos a rodovia seguirá até a ponte a ser construída na localidade de Pedra Branca, no limite de Caxias com Gramado. Após a ponte, ambos os esboços preveem a utilização de um trecho já pavimentado em Gramado e um novo segmento a ser construído para a ligação com o restante da RS-466 (confira abaixo).
A definição do trajeto vai depender de um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), cujo processo de contratação a Selt pretende abrir até o fim de outubro.
— O EVTEA leva, em média, de quatro a seis meses. Vamos tentar agilizar exatamente pela dimensão da obra. O estudo vai apontar qual será o melhor traçado no sentido econômico e também de viabilidade. Nós vamos fazer os acessos. De nada adianta ter acesso sem aeroporto e aeroporto sem acesso — afirma Costella.
As etapas seguintes para tirar a estrada do papel são a contratação e realização de projetos executivos, que envolvem licenças ambientais e a licitação para as obras. A expectativa do secretário é ter todos os trâmites concluídos ao longo de 2024 e ter a estrada pronta em 2026, junto com o aeroporto. O cronograma exato, porém, depende da elaboração dos projetos, além do andamento dos trâmites. A estimativa é de que as obras custem cerca de R$ 200 milhões, incluindo a ponte, com custo previsto de R$ 100 milhões. A ideia é realizar as intervenções com recursos do Estado, mas não se descarta a viabilização de parcerias com a iniciativa privada.
Projeto do aeroporto ainda precisa ser finalizado
Enquanto se trabalha em uma frente de acessos rodoviários, ainda há trâmites para serem resolvidos com relação ao projeto do aeroporto em si. A Iguatemi Consultoria e Serviços de Engenharia, responsável pelo desenho, começou a entrega do material em fevereiro. A finalização, contudo, prevê cinco fases. A primeira e parte da segunda serviram de base para a emissão da licença ambiental de instalação (LI), que autoriza o município a contratar as obras.
Atualmente, a prefeitura de Caxias e a Secretaria de Aviação Civil (SAC) do Ministério de Portos e Aeroportos trabalham nos ajustes da terceira etapa. Já as duas etapas finais devem andar mais rápido. Entre os pontos ainda pendentes, por exemplo, estão a arquitetura das construções, que deve ser diferente do plano básico do governo federal, o cronograma de obras e o orçamento final. A estimativa é que a preparação do terreno custe cerca de R$ 200 milhões, já reservados pela União. As construções, no entanto, vão demandar outros R$ 160 milhões, que ainda precisam ser captados.
— O projeto pode ter sido um pouco mais lento, mas foi feito com o acompanhamento da SAC, o que nos economizou cerca de um ano e meio caso eles tivessem que revisar e fazer ajustes — disse o prefeito de Caxias, Adiló Didomenico (PSDB), um dos painelistas do evento.
De acordo com o senador Luiz Carlos Heinze (Progressistas), outro participante, uma vez finalizado o projeto, o Ministério de Portos e Aeroportos garante a inclusão dos R$ 200 milhões já previstos no orçamento de 2024. Segundo a secretária do Planejamento de Caxias, Margarete Bender, a expectativa é de que toda a documentação restante esteja entregue em até 30 dias. Por conta disso, o município mantém os planos de abrir o processo de contratação da obra ainda em 2023.
Traçados avaliados
Via Tunas Altas
- Início na Rota do Sol, a partir de um trajeto de 12 quilômetros não pavimentados.
- Em seguida, utiliza seis quilômetros já pavimentados até Vila Oliva.
- Segue por um contorno já asfaltado com 8,1 quilômetros, se unindo a um segmento não pavimentado de 9,4 quilômetros até a nova ponte.
- Depois da ponte, segue por 7,8 quilômetros, no território de Gramado, até o trecho já pavimentado pelo município.
- O trecho final segue por 6,75 quilômetros não pavimentados atualmente até se unir com o traçado já existente da RS-466.
- Início na Rota do Sol, a partir de um trajeto de 12 quilômetros não pavimentados.
- Em seguida, utiliza seis quilômetros já pavimentados até Vila Oliva.
- Segue por dentro de Vila Oliva por 1,3 quilômetro, atualmente com paralelepípedo, se unindo a um segmento de 16,3 quilômetros não pavimentados até a nova ponte.
- Depois da ponte, segue por 7,8 quilômetros, no território de Gramado, até o trecho já pavimentado pelo município.
- O trecho final segue por 6,75 quilômetros não pavimentados atualmente até se unir com o traçado já existente da RS-466.