Após um final de semana agitado nos bastidores da política caxiense, o PSB segue como a principal incógnita do cenário eleitoral. Mesmo com quatro caminhos no horizonte do partido, uma decisão está longe de acontecer. Por enquanto, os socialistas mantêm o foco em definir 40 propostas para Caxias — seminário que o partido realizou em duas segundas-feiras — e em construir a nominata que vai disputar espaço na Câmara.
Entre os principais partidos da cidade e os postulantes à prefeitura, somente o PSB segue ritmo indefinido. Segundo o presidente do partido, vereador Zé Dambrós, ainda "é muito cedo" para tomar qualquer decisão. Na prática, enquanto trabalha para definir as propostas que entende necessárias para a construção de um plano de governo (as 40 ideias para Caxias), o PSB observa os movimentos da janela partidária, que se estende até o dia 5 de abril. É a partir do cenário que ficar estabelecido após o período de troca de partidos que o diretório socialista vai reunir-se para definir o rumo, como explica o ex-vice-prefeito e secretário-geral do PSB em Caxias, Elói Frizzo.
— Nós temos um consenso internamente de que nós estamos pautados pela janela. Até o dia 6, estamos trabalhando basicamente na lista de candidatos a vereador. Uma eventual candidatura nossa para a majoritária passa pelo nome das figuras mais conhecidas do partido. Estamos esperando fechar a janela, vendo se saímos fortalecidos ou com menos força, mas a nossa expectativa agora é muito positiva. Estamos acompanhando também as movimentações dos outros partidos, até agora não temos muita certeza se algumas candidaturas que estão colocadas vão se manter — detalha.
São quatro as opções colocadas neste momento para o PSB: apoiar a reeleição do prefeito Adiló Didomenico (PSDB), cujo governo os socialistas integram a base; integrar frente de centro-esquerda, liderada pela pré-candidata à prefeita Denise Pessôa (PT), e que tem o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) colocado como nome para vice-prefeito; compor chapa com o MDB, parceiro histórico dos socialistas e reeditando o pleito de 2020, quando Carlos Búrigo (MDB) e Elói Frizzo disputaram a prefeitura como candidatos a prefeito e vice, respectivamente; ou indicar nome próprio para disputar o cargo de prefeito em Caxias.
Discurso prega paciência
Diante dessas possibilidades, por enquanto, o discurso é de cautela entre os socialistas. É o que prega o presidente Dambrós, que mantém o foco nas 40 propostas para a cidade e desvia do assunto “eleições majoritárias”. A ideia é que essas propostas sejam apresentadas à comunidade na metade de abril, e então o partido vai definir seus alinhamentos.
— Deixa apresentarmos as 40 propostas, deixa passar a janela. Depois nós vamos conversar. Primeiro nós temos que apresentar para a cidade o que temos de projetos. Não vamos negociar espaço em governo. Nós queremos alinhamento naquilo que a maioria está pensando, que são as propostas — afirma Dambrós, que deixou pistas sobre o futuro:
— Tem muita relação de filiados com a Denise, muita admiração por ela. Nós estamos no Governo Adiló. O que nós queremos é ficar longe do ódio. Adiló está conduzindo bem. E aí nós vamos alinhar, né? Eu acho que ele (Adiló) também aprendeu do que tem que construir com os partidos. Com certeza tem grandes possibilidades de construir.
Petrini sai em defesa de Adiló
O atual secretário de Habitação, Wagner Petrini (PSB), o Muleke, é um dos principais defensores para que a sigla se una ao grupo de partidos que vão apoiar Adiló nas eleições – que deve contar pelo menos com PSDB, PRD, União Brasil e Republicanos. Ele reforça o discurso da executiva, de que o foco no momento está na construção da nominata e das propostas, e que o caminho a ser seguido passa por quem possibilitar que o PSB cumpra seus objetivos.
— O caminho principal e que vamos ajudar é o que nos mantiver unido, apto a eleger três vereadores e a fazer uma bancada forte na Câmara de Vereadores. Se para continuar dando espaço e oportunidade de ajudarmos Caxias como a gente vem fazendo na Habitação, se o prefeito Adiló é o caminho, por exemplo, que vai manter o partido unido, esse será o caminho. Bom, se não for esse, estão pensando em candidatura própria, talvez seja, talvez não. O que eu posso te dar certeza é que o partido é unido, ninguém vai tomar decisão sozinho, é um partido de diálogo. Nós vamos colocar os prós e os contras — avalia.
Para o atual secretário, a candidatura do prefeito é o melhor caminho a ser seguido. Questionado sobre uma eventual decisão do partido de seguir por outro caminho, Petrini diz que ainda não avaliou essa hipótese.
— Defendo estar com o prefeito Adiló nessa campanha de 2024, pelo fato de poder estar ajudando a nossa comunidade no governo. Não cheguei a estudar essa opção (de compor com outras candidaturas), porque, a princípio não está se apresentando. Nós estamos trabalhando para o MDB estar junto, mas junto no Governo Adiló. Até chegarmos na decisão, vou trabalhar para estarmos com Adiló — finaliza.