Em uma casa de fachada modesta, sem grades, a uma quadra da praia no litoral norte gaúcho, uma entidade política histórica vivencia as vésperas de completar 92 anos. Nos últimos quase dois anos de pandemia, os dias de Pedro Simon quase seguem um padrão. Recluso da vida movimentada de metrópole, se resguarda em sua casa, construída há mais de 50 anos em Rainha do Mar. Passa dias no apartamento em Porto Alegre, mas a maior parte do tempo é na praia onde mora, na companhia de sua esposa, Ivete, e de dois cachorros, Pequena (shih-tzu) e Aladdin (buldogue francês).
Na última quinta-feira, Simon recebeu gentilmente a reportagem do Pioneiro e, por quase duas horas, concedeu entrevista em sua varanda, enquanto alternava cumprimentos a vizinhos que passavam em frente à casa. Sobre como gasta seus dias, responde: "Assim, hoje converso com você, amanhã com outra pessoa." Pedro tornou-se figura tão emblemática do partido que fundou, o MDB, que se dá ao luxo de não participar mais das atividades rotineiras partidárias. Quem o procura são correligionários e admiradores. Atua como um conselheiro, embora pareça orgulhoso o suficiente da condução do partido no Estado a ponto de confiar na sua organização própria.
Na segunda-feira, Pedro Simon completa 92 anos. A proximidade do centenário é uma mera simbologia numérica para o irreparavelmente lúcido ex-ministro, governador, deputado e vereador de Caxias do Sul. Simon hoje é um nome histórico da política nacional. Tão referencial que soa quase natural quando sua própria esposa o chama pelo sobrenome. A isso, no entanto, Simon brinca:
— Sempre fui o Pedro da família. Meu filho (homônimo) é que roubou meu nome (Pedro).
Embora esteja mais distanciado da atuação política desde que se aposentou em 2015, segue antenado e dando pitaco ao universo pelo qual dedicou mais de 55 anos. Ao Pioneiro, ele falou sobre o que pensa da política atual, do futuro do país, do passado e de sua história.
Pioneiro: O senhor ainda se envolve nos assuntos da política?
Pedro Simon: Faço 92 anos na segunda-feira. Tive 55 anos de mandato um atrás do outro. Minha vida nunca parou, dá para dizer que parou agora. Mas toda a minha vida, a época mais marcante foi quando a gente viveu a ditadura, por 20 anos, e a luta que criamos para sair dela. Modéstia à parte, fomos nós, a classe política, que saiu (da ditadura), não precisou nem guerra civil, nem luta armada e nem os militares irem para casa, foram para casa porque foram empurrados para casa. Hoje a situação está muito complicada. A diferença entre a nossa luta contra a ditadura e hoje é que lá sabia o que tinha que fazer. Nós não tínhamos nenhuma dúvida. Desde 64 até a Constituinte (1988), a nossa luta foi uma só. O inimigo é a ditadura, vamos lutar contra eles, não tinha o que se discutir. Se discutiu o movimento, qual a forma. Mas hoje é uma interrogação, não se sabe o que fazer.
E a qual confusão se refere dos tempos atuais?
Primeiro lugar tem um troço que apavora: cidadão tem uma eleição e é Lula versus Bolsonaro. É o caos, não tem opção, o que se vai fazer? Votei em branco a última eleição. Entre Bolsonaro e PT, votei em branco, coisa que nunca passou pela minha cabeça. Gostava muito do candidato do PT (Fernando Haddad), mas com aquela confusão toda do PT, preferi votar em branco. Agora o Bolsonaro está aí.
Se arrepende de ter votado em branco?
Não sei te responder.
Mas o que o senhor pensa sobre o presidente Bolsonaro?
Quando ele foi eleito, colocou o (Sergio) Moro (ex-juiz, ex-ministro da Justiça) de ministro e disse que o Moro ia resolver todas as questões da Lava-Jato e quem tivesse contas a prestar ia pagar, mesmo que fossem os filhos dele. Achei ótimo. Mas quando assumiu, aos poucos foram surgindo os nomes dos filhos dele, (a operação) foi diminuindo, aliás, o Bolsonaro comandou o término da Lava-Jato. Supremo voltou atrás, a grande decisão de condenação em segunda instância, anulou as penas de todo mundo e está esse pandemônio que está aí. Aí está o Lula batendo no peito como herói e pega o ex-governador de São Paulo de vice (Geraldo Alckmin) , que foi adversário dele nas eleições e ambos diziam horrores um contra o outro.
E o político Lula, o senhor acompanhou o surgimento, o que pensa sobre sua trajetória?
O início dele foi positivo. A primeira eleição dele foi positiva. Só que depois... Pode não ter sido o Lula que começou e até acho que não foi, aqueles empresários que se reuniram, as empreiteiras fizeram corrupção no Brasil e pelo mundo afora, mas a verdade é que o governo dele começou com isso.
Vai votar em branco então?
Espero que não. Temos que encontrar alternativa que não fique entre Lula e Bolsonaro. Tem dois candidatos, a Simone Tebet, que o MDB lançou, e o Moro. Acho que são dois grandes nomes.
Acha que ambos têm força?
O Moro é um baita candidato. Toda a máquina do Bolsonaro é contra ele, toda a máquina do Lula é contra ele, toda a máquina das empreiteiras é contra ele. Não sei se pode vencer isso. A Simone deveria se mostrar mais, professora universitária, senadora, intelectual, íntegra, honesta, grande oradora. Defendo que lancemos os dois como candidato a presidente e vice, Moro e Simone ou Simone e Moro.
E o governo do Estado. Vemos um MDB mais dividido. Um ensaio de aliança com o PSDB... Como o senhor avalia a organização atual do partido por aqui?
Não vejo maior problema. O MDB tem vários nomes. Na verdade, o MDB decidiu fazer coligação (estar na base do governo) com o PSDB no início do governo, está participando do governo desde o início. O PSDB elegeu governador e o MDB fez a maior bancada na Assembleia, e aí fizeram o entendimento e está dando certo. Não vejo empecilho nesse entendimento em apoiar candidato nosso a governador. Acho que no Rio Grande do Sul o MDB e o PSDB têm muitas coisas favoráveis, quer dizer, o PSDB surgiu do MDB. Então, acho que essa caminhada é um entendimento que é respeitado.
Então o senhor não se importaria se o MDB também apoiasse um candidato do PSDB se decidissem que o PSDB fosse cabeça de chapa?
Aí acho mais difícil. Porque o MDB no Rio Grande do Sul tem uma tradição.
Acha que precisa ser protagonista?
Acho que sim. Não é que eu veja como interrogação (o PSDB). Só acho que o MDB que está numa situação complicada em nível nacional se torna difícil poder abrir mão (do Rio Grande do Sul). Não é o caso do PSDB, que tem governo em São Paulo, em tudo que é lugar. O nosso MDB é só o do Rio Grande do Sul.
Sobre o ex-governador José Ivo Sartori, pensa que seria uma boa opção para disputar o Senado?
Senado, governo do Estado, o que ele quiser. Grande nome, foi um ótimo governador e ótimo prefeito de Caxias. O tempo do Governo Sartori foi a melhor época de Caxias.
O Governo do Eduardo Leite. Acompanha?
Está bem. Está continuando muitas coisas do Sartori e sinceramente, acho que está indo bem.
O senhor não falou tanto sobre o que lhe incomoda na figura do presidente Bolsonaro exatamente.
O Bolsonaro é muito complicado. Já está indo para o quarto ano e ainda é uma interrogação. A única coisa que a gente pode dizer é que se não tivesse havido aquela facada que tirou ele dos comícios, dos debates, das entrevistas, acho que ele não teria sido presidente. Ele ficou de vítima e fora de tudo. Coloca microfone na frente dele e e ele faz coisas horríveis, uma série de coisas que não se entende. Esse temperamento dele é uma interrogação.
O senhor ter sido frente para libertar o Brasil da ditadura, na época as pessoas pareciam ver a política como esperança, hoje a perspectiva mudou, parece mais de desilusão.
Isso é interessante. Na época da ditadura, nós nunca perdemos a esperança, a capacidade, a garra. Tínhamos um objetivo de derrubar e fomos. Não tinha rádio, televisão em nosso favor. Mas foi fazendo diálogo aberto com a sociedade e o povo foi acreditando. As mobilizações foram crescendo.
Em que momento deu errado para as pessoas não confiarem mais na política?
Primeira coisa foi o Tancredo (Neves, eleito indiretamente para presidente, mas que não chegou a assumir) morrer. Foi uma sacanagem que Deus fez para nós, tirar o Tancredo. Ele era o homem. O que foi pior: morreu o Tancredo e entrou o (José) Sarney (ex-presidente), que era presidente da Arena. Foi uma composição que fizemos na hora, eu era contra, mas era para ganhar. Não passava na cabeça de ninguém que o Tancredo ia morrer. Aí assumiu o Sarney. A Constituinte foi convocada e se fez um belo trabalho, lá no final se fez uma confusão, o mandato de presidente era de seis anos. Aí na Constituinte ia diminuir mandato para cinco ou quatro. Sarney defendia reduzir mandato de seis para cinco, mas o (Mário) Covas (ex-senador e ex-governador de São Paulo), que era líder do MDB, disse 'não, tem de ser quatro'. Criou-se essa confusão e o Sarney criou o tal do centrão. Quem lançou o centrão foi o Roberto Cardoso Lopes, deputado do MDB de São Paulo. E foi no "dando que se recebe" que se começou a distribuir favor e esse centrão nunca mais morreu. Hoje o presidente está fechado com o centrão e o centrão está mandando.
O Sartori na última eleição que disputou se aliou a Bolsonaro, tanto que lançou o bordão "Sartonaro". Acha que esse vínculo foi prejudicial?
Está equivocado. Ele não foi pro lado do Bolsonaro. Houve um aceno, mas ele nunca disse que era Bolsonaro. Se Sartori tivesse apoiado o Bolsonaro, ele tinha ganho a eleição.
Como fundador do MDB, como vê o partido hoje?
A política do Brasil está uma anarquia, uma grande interrogação. O MDB faz parte deste contexto. No Rio Grande do Sul, o MDB sempre foi diferente, sempre tivemos uma linha progressista, correta. Somos exemplo. Agora, o MDB, como todos os partidos, é uma interrogação. São Paulo tem 70 deputados, o MDB tinha 43, hoje tem um. A vida partidária hoje é irreal. O presidente foi para um partido, foi o mais votado. Largou, tentou criar outro e depois não sabia para onde ia. É uma piada.
O senhor se envolve com atividades partidárias?
Não, estou fora.
Mas alguém vem consultar o senhor?
Permanentemente. Mas se tem reunião do partido, não é eu que faço e nem vou. Agora, estou sempre disposto a discutir.
O senhor sempre apostou no jovem como participante da política e que o Brasil tem solução. O senhor ainda é otimista?
Tenho certeza. O mal do Brasil é a nossa geração de brasileiros que é incompetente, incapaz, irresponsável. Repara no Brasil hoje, as maiores terras agricultáveis do mundo estão no Brasil. Brasil tem maiores reservas de água doce do mundo. Somos o maior exportador de alimentos do mundo. Está tudo aberto para nós.
O senhor não acha que falta um pouco de vivência das novas gerações na política?
Concordo, mas não que a mocidade não esteja debatendo, participando. Eu uso o celular, muita gente usa hoje e pode ser usada mais para mobilização política. Isso está acontecendo, mas o que está acontecendo mais é de outro modo, o Bolsonaro, por exemplo, criou e coordena redes, mas é feito de um modo "fascistane".
Sobre sua trajetória política, queria ter realizado algo e não realizou?
Uma coisa que não consegui: o (Leonel) Brizola (ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro) foi meu grande adversário, queria criar o PTB. A minha defesa era ficar com MDB e Arena até a Constituinte e depois criar os partidos para a partir daí ter regras mais claras. Por pouco não conseguimos. Hoje a gente tem 35 partidos. Isso é uma anarquia
Qual legado o senhor espera ter deixado na política? O que espera ser lembrado?
Primeiro, que eu sempre fui em busca do bem comum, daquilo que eu achava certo. Eu lutei pela ética, dignidade, foi uma luta difícil. Os acordos inescrupulosos que o MDB fez ao longo da história, nós do Rio Grande do Sul sempre fomos contra.
O senhor acha que conseguiu perpetuar então seus valores no MDB do Rio Grande do Sul?
Não tenho dúvida nenhuma.
Se orgulha então da sua trajetória?
Sempre fiz o que minha consciência me disse para fazer. Não tenho nada, quando minha mulher morreu (em 1985) e meu filho (em 1984), passei tudo que eu tinha para os meus filhos. Hoje eu tenho essa casa e um apartamento, não tenho mais nada. Oportunidade de ganhar dinheiro eu tive muitas. Não tenho carro. Vivo da aposentadoria, mas me sinto bem. Acho importante a luta que travei, contra a corrupção. No passado, não conseguíamos nem constituir uma CPI. Nem Sarney, nem Fernando Henrique (Cardoso, ex-presidente), nem Lula nos deixaram. Foi o Supremo que nos permitiu. Instalamos, essa CPI foi crescendo e surgiu a Lava-Jato.
Como tem passado durante a pandemia? Contraiu covid?
Não, nem eu e nem a Ivete, mas familiares sim.
Quando surgiu a vacinação, o senhor hesitou em algum momento?
Sou completamente a favor. Não consigo entender. Dinheiro que era importante o governo federal deu, para comprar as vacinas. Se o Bolsonaro tivesse assumido a campanha, reunisse todos os governadores, ninguém segurava ele, mas foi contra os governadores.
O senhor vivenciou uma tragédia no ano passado.
Perdi dois filhos na minha vida. Um com 10 anos, 30 anos atrás, o Matheusinho (Matheus Simon, falecido em 1984). E o Tomaz agora, 47 anos (fica em silêncio). O Matheusinho foi um acidente de automóvel. E o Tomaz estava com a esposa fazendo compras no supermercado e simplesmente caiu. E eu com 92 anos, continuo a trabalhar porque Deus não quer me chamar.
Teme a morte?
Não só não temo, como fico perguntando: "Deus, por que está demorando tanto?" Levaram dois filhos meus e eu aqui, não tem lógica, eu não tenho medo.
Caxias na formação e no coração
Embora tenha se projetado como personalidade política de renome a partir de seu estabelecimento em Porto Alegre, a formação de Pedro Simon ocorreu em Caxias do Sul, onde nasceu. Filhos de pais migrantes do Líbano, Pedro descobriu-se como orador prodígio ainda na infância, quando estudava no Colégio Nossa Senhora do Carmo, em 1943. Em 1950, durante comício do então candidato à presidência da República Getúlio Vargas na cidade, narra:
— Getúlio fez discurso só em três cidades do Estado: Porto Alegre, Pelotas e Caxias. Então pessoas de toda a região vieram para conhecer ele em Caxias E era uma briga para falar, de candidatos, enfim, deu uma confusão. Então apontaram pra mim, eu com 20 anos, e disseram: 'Fala aquele turquinho.' E eu fiz a saudação ao Getúlio.
O episódio foi quase profético, indicando um predestinado Pedro Simon à vida política, o que viria a ocorrer anos depois, quando assumiu o cargo de vereador na Câmara de Caxias em 1960. Permaneceu na função até 1962. Apesar da breve atuação no Legislativo, Pedro se destacou como parlamentar atuante, sendo atribuída a ele, por exemplo, a criação da Feira do Livro local e as associações de bairros. Pedro lembra com carinho a cidade, onde além de vereador foi estudante e professor.
— Caxias sempre teve lugar especial pra mim. Tenho saudade do Carmo, daquela vidazinha. Na Júlio de Castilhos, duas quadras da praça, a gente jogava bola. Não tinha trânsito, o trânsito eram carroças, as colonas vinham, ofereciam alimentos.
Por outro lado, a "rixa"
Pedro Simon também relata uma anedota do período em que atuou como vereador. Mesma época em que coincidia com o surgimento da BR-101 no traçado gaúcho.
— Quando se ia de Porto Alegre a São Paulo, se passava por Caxias, Vacaria... E nesse roteiro Caxias se beneficiava com crescimento fantástico de gente vinda de todos os lugares, desde Montevidéu, Santiago, Buenos Aires, do sudeste do Brasil. Todos paravam em Caxias, fosse para comer um churrasco, visitar cantinas, CTGs. Tinha o varejo Eberle, era uma coisa espetacular. Aí apareceu a 101.
Simon conta que, na época, realizou reunião com bispo, prefeito e lideranças da cidade para debater o impacto da implantação da rodovia. No entanto, o tema acabou sendo menosprezado:
— Eu disse que tínhamos que ver o que íamos fazer para Caxias se manter. Pois, evidente que esse pessoal ia pegar ônibus, a estrada, e querendo ou não, não parariam mais em Caxias. Rapaz, fui ridicularizado: "Esse turco não entende nada, você acha que esses turistas vêm para Caxias por causa da estrada? Eles vêm a Caxias por causa de Caxias, por causa do Eberle, do CTG, das cantinas, da Festa da Uva". Eu tentei propor a discussão e não houve jeito. Acabou que tenho uma velha rixa com Caxias — admite.
O desprezo pelo assunto foi o que acabou tornando o desenvolvimento turístico da cidade deficitário, na opinião de Simon.
— Basta ver Bento Gonçalves, que coisa fantástica hoje o turismo. Como alavancou o vinho no país e no mundo. As cantinas mais modernas uma que a outra, cantinas que são hotéis. E em Caxias estão brincando com a Festa da Uva. Vejo com tristeza. E nesse período a economia de Caxias cresceu, mas em termos de turismo parou.
DECEPCIONADO COM MDB CAXIENSE
Sobre o MDB em nível municipal, Simon não esconde frustração:
— Estou muito triste com nosso MDB de Caxias. Acho que MDB tinha feito oito anos com o Sartori numa administração fantástica. Aí apoiou o candidato do PDT (Alceu Barbosa Velho) que era vice dele, um bom candidato e se elegeu. Aí quatro anos depois apoiou de novo o candidato do PDT que não se elegeu e nessa última não fomos nada bem. Só temos dois vereadores hoje — lamentou.
CARREIRA POLÍTICA
- 1960: Vereador e líder da bancada do PTB em Caxias do Sul (1960-1962).
- 1962: Deputado estadual de 1962 a 1978, sendo líder das bancadas do PTB e MDB.
- 1978: Eleito senador da República em 1978 para o período 1979-1987.
- 1985-1986: Ministro da Agricultura no Governo Sarney.
- 1987: Governador do Rio Grande do Sul, eleito em 1986.
- 1990: Eleito novamente senador.
- 1992-1994: Líder do governo Itamar Franco no Senado.
- 1998: Reeleito senador para o período 1999 a 2007.
- 2007: Reeleito senador para o período de 2007 a 2015.