A vice-prefeita de Caxias do Sul, Paula Ioris (PSDB), assumiu como prefeita em exercício nesta terça-feira (21) e permanecerá no cargo até dia 1º de janeiro. Adiló Didomenico está afastado para a realização de uma cirurgia na coluna. Em ato de fechamento do primeiro ano de governo, Adiló reuniu-se com secretários para encontro de agradecimento e oficializou a passagem de função para Paula.
— A gente vai dar só continuidade, é um complemento do ano, tinha a minha agenda que estava tocando, agora só incluo a do Adiló — comenta a prefeita em exercício.
Como primeiro ato oficial, ela sancionou a lei que altera dispositivos da lei que criou a Advocacia-Geral do Município.
Sobre a relação com Adiló no primeiro ano de gestão, Paula destacou a parceria e o complemento das atuações.
— Muito boa, tranquila. Desde o início tomamos cuidado de saber que não pensamos igual em tudo, mas temos a disposição de conversar, abertura um com o outro. Ele tem foco numa pauta de infraestrutura, pé na rua, tem visão econômica. Eu tenho visão de gestão. Eu tenho sempre o olhar do 'como', além de 'o que fazer'. Toda questão de gestão, reunião com secretários, articulação intersetorial. A gente se complementa bem — ressalta Paula.
Bastante ativa na articulação de gabinete, Paula por vezes foi comparada, na função de vice-prefeita, com a atuação de Elói Frizzo (PSB), pela proatividade e autonomia que conduz o cargo. Paula concorda, do aspecto da convivência:
— Acho que sim. Também sempre ouvi entre (Flávio) Cassina (do PTB) e Frizzo, era algo bem tranquilo. Ambos sempre falavam da grata satisfação de ter convivido juntos. Digo a mesma coisa (sobre Adiló).
A última vez que um vice-prefeito havia assumido o cargo de prefeito em exercício foi em 2015, com o então vice Antônio Feldmann (MDB), na época vice de Alceu Barbosa Velho (PDT). A última vez que uma mulher esteve à frente do Executivo foi em 2012, quando a então presidente da Câmara de Vereadores, Geni Peteffi (à época, PMDB), ocupou o cargo.
Parque de Proteção Animal na agenda
A indefinição da localização do futuro Parque de Proteção Animal acabou sendo uma pendência desgastante para o governo no segundo semestre do ano. O local mais cotado para receber a estrutura, em São Vigílio da 2ª Légua, no interior de Caxias do Sul, desagradou moradores daquela região, que realizaram manifestações públicas e cobraram diretamente do prefeito a mudança de área.
Na última segunda-feira (20), em coletiva, Adiló voltou a abordar o assunto. Disse que o município verificou mais de 10 áreas e que, além do terreno de São Vigílio, outras duas foram avaliadas. Uma delas, próximo ao atual canil (antiga chácara da Soama), se mostrou inviável, devido ao alto custo para instalação (custaria em torno de R$ 4,7 milhões, enquanto o de São Vigílio é projetado em R$ 1,2 milhão). A outra área _ a última possível_, indicada pelo Samae, passa por estudos, que devem ser entregues nos próximos 10 dias, justamente no período em que Paula ficará no cargo.
— Estou aguardando a avaliação que técnicos vão estar apresentando nos próximos dias dessa última área que foi vista para a gente ver se poderíamos de fato escolher entre essa e a outra. Até agora, entre as áreas vistas, nós permaneceríamos com o mesmo local (na 2ª Légua). Mas encontrando uma área boa e em condições, a gente avalia — afirma Paula.
A avaliação é feita pela Secretaria de Planejamento, que estima custos para instalação da estrutura. A Secretaria do Meio Ambiente é responsável por toda a parte técnica do projeto.
— Tem de olhar todo conjunto, se o projeto se aplica pela questão da área e em relação a custo explica a prefeita em exercício.
O município deve informar o Ministério Público caso constate viabilidade nessa segunda opção. Paula informa que ainda há incerteza se, após o último estudo será realizada Consulta Popular para decidir entre as duas áreas, ou se a própria administração é que definirá.
Uma consulta popular foi ideia do próprio Adiló.