Na mesma sessão em que acolheu denúncia de impeachment do prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra (Republicanos), a Câmara de Vereadores rejeitou pedido de cassação contra o vereador Alceu Thomé (PTB).
O documento era assinado pelo empresário Alaor Corrêa Barbosa, presidente da associação de moradores do Belvedere. O pedido foi rejeitado por unanimidade.
A denúncia pedia instalação de uma comissão para investigar o vereador que é réu em processo sobre suposta exploração sexual contra uma adolescente. O processo tramita na 4ª Vara Criminal e, por envolver menor de idade, corre em segredo de Justiça.
O CASO
Alceu Thomé foi indiciado pela Polícia Civil em 24 de janeiro de 2018 como suspeito de suposta exploração sexual de uma adolescente. O inquérito da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) também responsabiliza outro homem e duas mulheres pelo mesmo crime. O indiciamento é pelo artigo 244 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): submeter criança ou adolescente a prostituição ou exploração sexual. A pena prevista é reclusão de quatro a dez anos.
O inquérito foi aberto no início de 2017 após uma denúncia do Conselho Tutelar sobre uma adolescente de 14 anos que foi acolhida num abrigo público. A jovem, conforme a denúncia inicial, faria programas sexuais num bar no interior de Caxias do Sul. O local, supostamente, seria frequentado por Thomé, inclusive durante a campanha para as eleições em 2016. A menina, que teria sido abandonada pela mãe, residiu no bar durante alguns meses. O vereador e o outro homem supostamente eram clientes do bar.
Ao longo da investigação, o vereador prestou depoimento à Polícia Civil e negou qualquer envolvimento. Ele afirmou que a denúncia não passaria de "perseguição política".
Thomé foi denunciado pelo Ministério Público, junto com os outros três réus, em 5 de julho de 2018. O processo teve a última movimentação no dia 6 de setembro e não tem prazo para julgamento.