O prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna (MDB) sonha em inaugurar a obra da Casa de Cultura até o final do seu mandato em 31 de dezembro de 2020. Outra obra prioritária para sua gestão é o asfaltamento da chamada Estrada Velha que liga Flores da Cunha a Caxias do Sul. Lídio faz uma avaliação dos dois anos de sua segunda gestão e diz que ainda não tem um nome para concorrer à prefeitura em 2020.
Confira a entrevista
Pioneiro: Qual a diferença entre o primeiro mandato e os dois anos do segundo?
Lídio Scortegagna: Agora facilita o trabalho, embora, quando comecei o primeiro mandato, tinha uma boa bagagem de quatro legislaturas de vereador e de secretário da Saúde e tivemos uma transição tranquila no primeiro mandato. Agora estamos fazendo aquilo que a gente planejou. Atravessamos a pior crise (econômica), e o município não parou com seus investimentos, obras e projetos. Nossa produção de pavimentação asfáltica continua no mesmo ritmo e aumentamos o número de obras.
O senhor elegeu a saúde como prioridade do primeiro mandato. Quais ações foram realizadas?
O Centro de Saúde (Irmã Benedita Zorzi) fizemos quase um hospital. Construímos uma UBS em Otávio Rocha. Até alguns dias atrás, tínhamos um bom número de médicos, mas infelizmente os médicos passam em especializações e temos dificuldade na contratação. O concurso que a gente mais repetiu foi o de médico. Agora vamos abrir outro concursor. Para piorar, recebemos a notícia de que o Mais Médicos vai ser extinto. A gente tinha três profissionais e vamos perder eles. Conseguimos também ampliar o número de serviços com o hospital (Nossa Senhora de Fátima).
Quais as medidas tomadas para a atração de empresas?
São medidas muito simples. Vai desde o atendimento nas secretarias de Planejamento e do Meio Ambiente até mudanças que a gente criou como o programa de estímulo de pavimentação de acessos, vias e pátios das empresas. Auxiliamos com serviço de máquinas, terraplenagem e os acessos. Começamos com um investimento de R$ 154 mil em 2013, e chegamos em 2016 com R$ 1,2 milhão. O investimento retorna com impostos e com a contratação de empregos. É uma cadeia.
Quantas empresas se instalaram em Flores durante seu governo?
Poucas (sorrindo). Nós queremos mais. Agora temos duas ou três em andamento (instalação). Queremos mais investimentos para o município.
O senhor já propôs o aumento da contribuição do servidor para o Fundo de Previdência? (O funcionalismo desconta 11% do salário para a aposentadoria, enquanto o município paga 31,1%).
No último cálculo atuarial que a administração fez, percebemos essa disparidade. Estamos aguardando a reforma da Previdência, porque vai afetar diretamente o setor público. Conforme for a reforma, estaremos fazendo as devidas mudanças. O ideal seria já termos modificados. O nosso técnico e o conselho do Fuprev (Fundo de Previdência dos Servidores de Flores da Cunha) decidiram que nós devemos aguardar a reforma da Previdência. A própria reforma está discutindo que o limite deverá chegar para o servidor público a 14%.
Na infraestrutura, sua prioridade era o asfaltamento do trecho da chamada Estrada Velha, que liga Flores a Caxias do Sul e a reformulação da Avenida 25 de Julho. Qual a situação dessas demandas?
Já concluímos 66 quilômetros de pavimentações asfálticas no interior e na cidade. Agora estamos abrindo um novo acesso ao Parque de Rodeios Antônio Dante Oliboni. Encaminhamos o projeto da Estrada Velha no (antigo) Ministério da Integração Nacional, são R$ 4,2 milhões para um trecho de 3,1 quilômetros, e acredito que a gente assine o contrato no primeiro semestre. O projeto da reformulação da avenida está quase concluído e vamos apresentar para a comunidade, queremos começar a obra no segundo semestre. Hoje, temos dotação orçamentária de R$ 1,5 milhão, mas vamos precisar de R$ 2 milhões, R$ 3 milhões, e vamos aportar, sem problema.
Por que a demora para concluir obras, o ginásio municipal e a Casa da Cultura?
São obras de porte grande e valores elevados. O ginásio, em um mandato foi feita a estrutura, em outro, o fechamento e a arquibancada, e a parte mais cara, os acabamentos. A Casa da Cultura, quando assumi tinha uma emenda do deputado federal Pepe Vargas (PT). Colocamos recursos próprios na primeira etapa. Agora disponibilizamos R$ 500 mil para fazer o fechamento e reboco. Temos a aprovação da LIC estadual e aguardamos a liberação e temos a empresa que vai fazer um aporte de mais de R$ 1 milhão. O sonho que a gente tem é fechar o dia 31 de dezembro de 2020 com a Casa da Cultura pronta.
O senhor vai apoiar a candidatura de seu vice Almir Zanin a prefeito em 2020?
Primeiro precisamos saber se ele será o candidato. Temos um grande composição de agregar as forças políticas. Se a decisão do meu vice for de concorrer, a gente estará olhando o projeto de Flores da Cunha. Não tem o nome definido para concorrer porque o foco da administração Lídio e Zanin é deixar um legado muito bom para o município, executar todas as obras que a gente assumiu compromissos. A gente vai construir em conjunto com os demais partidos.
Quais ações seu governo está fazendo para ajudar na recuperação da ERS-122?
Semana passada, tivemos uma reunião com o secretário dos Transportes, Juvir Costella (MDB), apresentando demandas. Um dos entraves era de que não conseguiam comprar massa asfáltica e esperamos que, nos próximos dias, inicie em uma operação tapa-buraco. Nós precisamos de uma duplicação urgente na ERS-122 entre Flores da Cunha e Caxias do Sul. Nós fomos “presenteados” com uma praça de pedágio que dividiu uma comunidade e não tivemos nenhum retorno, um acesso feito pela empresa (EGR). A gente pleiteou um acesso secundário na ERS-122, próximo ao bairro União, temos o projeto aprovado, mas agora não tem recurso.
Como avalia o Governo Bolsonaro?
O Bolsonaro tem bastante credibilidade, tem o apoio da comunidade, mas precisa ter um equilíbrio nas suas manifestações. Hoje ele é o presidente da República, representa toda a nação, e toda a palavra que ele diz repercute. Ele está no caminho certo, tem que aprovar rápido essas reformas. Os municípios dependem dessas reformas.