Se a delação dos empresários da Odebrecht era considerada "o fim do mundo", o que dizer então dos depoimentos dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, com gravações do presidente Michel Temer (PMDB) autorizando a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB)?
Confirmando-se, é o fim do governo. E a trajetória do senador Aécio Neves (PSDB), que já estava bem encrencado, só piora. O STF já determinou seu afastamento do mandato. O tucano pediu R$ 2 milhões para a JBS para tentar se safar da Lava-Jato.
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Cunha recebeu R$ 5 milhões após a prisão na Lava Jato. Saldo de propina anterior. Veja só. Tem propina de sobra.
Lógico que é preciso comprovar, mas já vale a pergunta: Qual o futuro do país?
Em Brasília, as sessões na Câmara dos Deputados e no Senado foram suspensas nesta quarta-feira. Em meio a protestos da esquerda, pedidos de impeachment e pressão pela renúncia, a expectativa é grande com a possibilidade de nova queda de um presidente. Hoje o dia será de forte tensão.
– Tem que manter isso, viu? – disse Temer supostamente sobre a mesada para impedir que Cunha e o operador Lúcio Funaro falassem.
É muita lama vindo à tona.
E não se ouve uma panela...
A defesa
O Palácio do Planalto divulgou uma nota dizendo que o presidente Temer não tem nada a ver com isso. Óbvio.
Abaixo, confira a nota à imprensa:
O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar.
O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.
O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados.