Mais de quatro horas após o início da sessão que analisa o relatório da comissão especial do impeachment que pode levar a presidente afastada Dilma Rousseff a julgamento final no processo que enfrenta no Congresso, os senadores começaram a discutir o relatório.
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Cada parlamentar tem 10 minutos para falar. Veja quem se manifestou a favor da continuidade do processo, e quem se manifestou contra a presidente afastada ir a julgamento:
Senador José Medeiros (PSD-MT) - A FAVOR
"O fato é que na vida a realidade sempre se impõe, e dela às vezes nasce tristeza. No caso da presidente Dilma, o resumo é que Dilma afundou o país, derreteu a economia e ofendeu a inteligência do povo brasileiro."
Senador Paulo Paim (PT-RS) - CONTRA
"As pedaladas foram usadas várias vezes. A questão é covardemente política, sendo usada como um Cavalo de Tróia na batalha de ambições individuais e oligárquicas. Dessa forma, a democracia brasileira está sendo atacada por uma enorme conspiração. Quem vai pagar será o povo brasileiro."
Fátima Bezerra (PT-RN) - CONTRA
"Cresceu neste país o conservadorismo, a discriminação. Não deixaram a presidente governar desde o primeiro dia do seu mandato. Opositores não tiveram pruído nenhum em se aproveitar de uma crise internacional e colocar em votação pautas bombas para criar a ingovernabilidade. Sabemos que os atos necessários para configurar crime de responsabilidade não puderam ser comprovados pela comissão de impeachment que durante três meses analisaram as denúncias."
Gladson Cameli (PP-AC) - A FAVOR
"Tenho o dever moral e ético de votar sim para o relatório do senhor senador Antônio Anastasia é uma peça jurídica riquíssima e de inegável correspondência aos fatos em julgamento. É importante frisar que todo processo de investigação foi realizado com amplo respeito ao devido processo legal, ao direito de defesa e sobretudo dentro dos limites previstos na constituição. A crise econômica é resultado da política fiscal equivocada de Dilma Rousseff."
Aécio Neves (PSDB-MG) - A FAVOR
"Um conjunto dos senadores optaram por declinar suas inscrições para que eu pudesse representá-los nessa fase intermediária da discussão sobre o afastamento da presidente da República. Temos um relatório denso, robusto, claro e incontestável. Ali está atestado de forma absolutamente cristalina que a senhora presidente atentou contra a lei orçamentária e contra a lei de responsabilidade fiscal ao permitir que as pedaladas ocorressem de forma reiterada em seu governo. O que estamos fazendo aqui hoje ao votar favoravelmente ao relatório é defender a constituição, é defender a democracia."
Wellington Fagundes (PR-MT) - A FAVOR
"Durante a instrução desse processo ouvi e ponderei os argumentos da acusação e alegações da defesa. Ressalto que esta casa tem sido cuidadosa no respeito à Constituição Federal. Ao apreciar esse processo, indicamos à sociedade que nossas instituições são fortes, que se respeitam e se complementam na tarefa de governar. Sou favorável à pronuncia, e por tal razão votarei pela continuação do processo.”
Lúcia Vânia (PSB-GO) - A FAVOR
"Começo por afirmar que reconheço não só a legitimidade, mas a legalidade do processo que por hora se encerra. Não identifico em nenhuma das decisões da comissão a ruptura da ordem democrática que ali querem enxergar alguns colegas. Não vejo aí senão a mais absoluta normalidade democrática. Não estamos, por enquanto, a julgar ninguém. Apenas avaliando se a denúncia procede, se há materialidade do fato e autoria. No meu entendimento estão postas de forma clara as condições para que prossigamos com o julgamento do mérito."
Telmário Mota (PDT-RR) - CONTRA
"É inaceitável que ele (Antônio Anastasia) tenha relatado essa grave matéria e pertença ao mesmo partido (PSDB) que dois subscritores da denúncia. A denúncia não surge de ato voluntário e deliberado de algum cidadão, como prevê a lei. Surge do desejo de vingança do ódio da derrota nas urnas que o partido sempre teve diante do PT. Por isso, esse processo está viciado desde a sua origem."
Cidinho Santos (PR-MT) - A FAVOR
"Acompanhei atentamente todo tramite desse processo. Não houve nem haverá golpe no nosso país. Nossas instituições estão trabalhando de forma independente e autônoma. Como bem relatado pelo senador Anastasia, não se trata de uma revisão da biografia da presidente afastada, mas sim de revisar seus atos, avaliar o descontrole financeiro de sua gestão que terá impacto neste e nos próximos anos. Hoje são mais de 11 milhões de desempregados no país, com a angústia de não ter renda, com a humilhação do dia a dia. O Governo Federal tem tido dificuldades de manter os programas sociais, tão importantes para nossa população. Não apenas as contas públicas que tem sofrido impacto, mas também o setor produtivo que gera renda e emprego."
José Agripino (DEM-RN) - A FAVOR
"Estamos em vias de aprovar o impeachment sem um empurrão, sem uma agressão, sem uso de armas, de forma pacífica, usando a Constituição. Até roteiro foi apresentado para que nada fugisse da legalidade. Um pedido de impeachment é uma coisa muito séria, e talvez esse seja um dos momentos mais graves da minha vida parlamentar. A presidente foi eleita pelo voto direto, sim, mas cometeu delitos, sim. E esta casa tem obrigação de oferecer um veredicto, e a nossa obrigação é exercer nossa função com moderação, para que o Brasil continue, apesar da crise, respeitado como uma democracia. Estamos aqui cumprindo nosso papel."
Ronaldo Caiado (DEM-GO) - A FAVOR
"Nós recebemos em 2015, passado o processo eleitoral, sabíamos da utilização da máquina, da estrutura de governo nas campanhas eleitorais, e, no entanto encaminharam para plenário do Congresso, uma peça que dizia que teríamos um superávit de R$86 bi em 2015 e chegamos com um déficit de R$118 bi. Mas não se contentou com isso. Trouxe a previsão, também para o Congresso Nacional, para 2016, que nós teríamos um superávit de R$24 bi e estamos encerrando com um déficit de R$170 bi. Por que chegou a este ponto? Porque durante todo o período vimos o governo desrespeitando a lei de responsabilidade fiscal, a constituição brasileira, a lei orçamentária e passou a se sentir autônoma, sem respeito a nenhuma legislação, para decidir que os bancos controlados não poderão mais estar fora do comando e da utilização da presidente da República e do governo brasileiro. Aí nós vimos o inédito, aí sim, nós vimos a presidente usar o que nunca foi usado antes na vida, entre todos os governos anteriores. Ela foi usando R$60 bi e alguns dizem 'não, a presidente não sabia', mas como não sabia?".
João Capiberibe (PSB-AP) - CONTRA
"O impeachment não resolve a crise, aprofunda-a. Trata-se de uma encenação grotesca pra encobrir nossa falta de cultura democrática. (...) Chegamos a formar um grupo de senadores independentes. Não teve vida longa. Eu bem que tentei, mas da porta para fora, nada acontecia. (...) Nós trabalhamos cinco meses por ano para entregar para o governo e deste dinheiro, o governo entrega dois meses e meio para os bancos. Isso nos aflige".
Hélio José (PMDB-DF) - A FAVOR
"Apenas o voto popular legitima o poder. O império da democracia exige o reconhecimento da vitória daqueles que foram eleitos pelo voto popular. Como dizia Mario Covas, quem ganha, governa. Quem perde, fiscaliza. (...) Não há como negar que a contundência do placar registrado, onde os deputados aprovaram o relatório do impeachment. Um assunto de tamanha relevância não poderia deixar de ser analisado por ambas as casas. Naquele momento, eu ainda não tinha minha opinião formada".
Simone Tebet (PMDB-MT) - A FAVOR
"Golpe? Não. Isso se chama democracia. Democracia como foi no passado a tentativa de processo contra os ex-presidentes Itamar Franco, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso. Quero deixar claro a minha conclusão. Depois de mais de 200 horas, tenho a mesma conclusão. Os fatos existiram, os decretos e as pedaladas. Esses atos foram ilegais. estão enquadrados como crime de responsabilidade".
Cristovam Buarque (PPS-DF) - A FAVOR
"Fracassei quando, ao longo dos últimos meses, estive quatro vezes com a presidente para saber como ela manteria um clima de governabilidade política. Saí das reuniões respeitando a pessoa Dilma, mas sem confiança de que a volta de seu mandato pudesse retomar as diretrizes do país. (...) Não encontrei razão que justificasse, pelo bem do Brasil, a volta de seu mandato. (...) Disse que votaria pelo Brasil mesmo que isso representasse um suicídio político. Agora, temos o parecer da comissão de impeachment que oferece a brecha legal para a declaração de desconfiança".
Ana Amélia (PP-RS) - A FAVOR
"O que se procura no impeachment não é, também como salientou hoje pela manhã o relator Antônio Anastasia, punir a autoridade nem decidir sobre a liberdade da acusada. O que estamos fazendo é proteger a constituição com o afastamento de um presidente que coloca em risco e reduziu dramaticamente a capacidade do Estado em atender os serviços essenciais, como saúde, segurança e educação. A crise econômica se estendeu também a Estados e municípios que estão hoje pagando uma conta salgadíssima pelas consequências da queda da arrecadação e aos 12 milhões de desempregados, desaguando numa crise social dramática do governo que prometeu ser o da inclusão. (...) Voto a favor do relatório não por qualquer interesse pessoal ou partidário; sou independente. E se o presidente que está no poder hoje for submetido a uma denúncia, terá que também responder pelos seus atos".
Kátia Abreu (PMDB-TO) - CONTRA
"Para mim, o assunto banco Safra está vencido. O Ministério Público Federal mandou arquivar o processo porque reconheceu que não houve crime. (...) Com relação aos decretos, resumo apenas que, além de FHC ter feito vários, o presidente Lula também editou decretos, e apenas Dilma está sendo condenada pela prática desse 'crime' em tese. (...) Dilma está saindo do governo, porque é um governo corrupto".
José Reguffe (Sem partido-DF) - A FAVOR
"No Estado democrático de direito, o governante não tem uma carta branca para fazer o que quiser. Ele precisa respeitar a Constituição Federal. (...) O cumprimento rigoroso da Lei de Responsabilidade Fiscal é que vai fazer sobrar dinheiro para investir na educação e na saúde. Um governo não pode gastar mais do que arrecada. Isso para mim é princípio. Quando o governo gasta mais do que arrecada, quem paga a conta é o contribuinte, no aumento de impostos".
Paulo Rocha (PT-PA) - CONTRA
"Hoje não é um dia bom para o Brasil, para nossa geração que tanto lutou por um país justo, soberano, democrático, um país desenvolvido, que dá oportunidade para todos. Não é um bom dia para nossa democracia. Para nós do PT também não é um bom dia. Entre nós, há uma mistura de tristeza e indignação, porque hoje, infelizmente, estamos assistindo a uma maioria parlamentar nascida de uma conspiração. Existe uma aliança política que cheira a golpe e tem muitos colegas aqui que ficam meio importunados quando a gente fala em golpe. Quem diz isso não somos só nós, do PT, mas o mundo inteiro está a reclamar. Nos principais meios de comunicação, essa é a verdade que circula: a democracia brasileira está ameaçada".
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) - CONTRA
"O que mudou no brasil nesses três meses? O bem mais comum na mesa do brasileiro, o feijão, teve um aumento de dez reais o quilo. Nunca poderíamos imaginar que algo tão essencial e característico do brasileiro se tornaria uma iguaria (...) A que serve este processo de impeachment? Na prática, como um ato contínuo de retirada de direitos dos trabalhadores. Eu não canso de destacar, já tentaram me convencer do contrário mas não conseguiram, os chamados decretos de suplementação orçamentária assinados pela presidente Dilma e pelo presidente interino. Se a presidente tem que ser afastada, o presidente interino tem que ser quatro vezes afastado, porque quatro vezes mais ele assinou decretos de suplementações orçamentárias. Não pode este plenário julgar com pesos e medidas contrárias".
Fernando Collor (PTC-AL) - NÃO ABRIU VOTO
"Reconheço o quão prejudicial ao país é um processo como este. Mas reconheço ainda ser inegável que na gestão do país dos últimos anos houve infrações legais. Portanto, há elementos determinantes de um crime de responsabilidade. (...) O Palácio do Planalto recebeu os avisos. Na omissão, permitiu-se de forma tácita os crimes de responsabilidade. (...) Não foi a democracia que falhou, foi a forma de regê-la. Pensando em criar mais democracia, criou-se menos liberdade. Mais autoritarismo. O que se fez foi destruir estruturas sociais inteiras".
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) - CONTRA
"Estamos há três meses discutindo esse processo de impeachment, que não é processo, é golpe. E não é impeachment, porque não houve crime. (...) Estamos diante de um processo que é político, não é juridico. Então, me perdoem as palavras duras, mas precisam ser ditas porque precisam ficar na história. Tenho muita esperança de que se esse processo que se seguir aqui, o STF analise o conteúdo. Uma presidenta está sendo retirada do poder por uma Casa transformada em um colégio eleitoral em estado de exceção".
Valdir Raupp (PMDB-RO) - A FAVOR
"Encerro minha fala com o intuito de enfatizar as melhorias econômicas que se veem após esses quase três meses de afastamento da presidente Dilma. Essa é mais uma prova de que o país retoma a confiança. Longe de ser irrelevante, longe de estar fora do escopo da decisão que vamos tomar hoje, o país retoma o crescimento. Essa é a prova de que, por isso mesmo, essa direção deve ser mantida".
Álvaro Dias (PV-PR) - A FAVOR
"Alega-se que o Ministério Público teria opinião diferente da nossa, através do pronunciamento de um de seus procuradores. Alega-se que o laudo pericial teria também inocentado a presidente Dilma, e não é verdade. O laudo confirma a existência das pedaladas e decretos irregulares. O que o laudo não poderia fazer, e não fez, é apontar o irresponsável. A nós, julgadores, sim. (...) O Brasil entrou numa crise sem precedentes mas a administra com instituições que o fazem com extrema seriedade. O país deseja o sepultamento desse sistema de governo de aparelhamento do estado, usina de grandes esquemas de corrupção".
Angela Portela (PT-RR) - CONTRA
"O presente processo não respeita dos ditames legais. Trata-se de uma manobra bem urdida pelos derrotados nas eleições 2014 em conluio com elites insatisfeitas e com políticos acusados de corrupção desesperados por frear a apuração das irregularidades que cometeram. (...) Apenas na ditadura um chefe de Estado pode ser derrubado pela violência de seus adversários. (...) Esse golpe ameaça a democracia e compromete o futuro do povo brasileiro".
José Pimentel (PT-CE) - CONTRA
"Estamos aqui para decidir se a presidenta Dilma deve ser julgada pelo plenário do Senado. Durante todos esses meses de debates, depoimentos, perícias, resta-se a certeza que não existe sequer um ato criminoso por parte da presidente Dilma. Nossa Constituição está sendo rasgada por uma maioria articulada pelo vice-presidente Michel Temer. Pergunto se é desse lado da história que a maioria quer ficar. Afinal, estamos aqui de passagem, mas a história é permanente. Esse processo de impedimento foi movido pelo sentimento de vingança. Desprezaram as provas que inocentam Dilma. Eu pergunto aos meus colegas: isso vale a pena? (...) O futuro registrará quem ficou ao lado da democracia e quem ficou ao lado do lixo da história".
Lindbergh Farias (PT-RJ) - CONTRA
"Vou me dirigir ao povo brasileiro para denunciar esse golpe. O que acontece aqui é um teatro de mau gosto desde o começo deste processo. (...) Michel Temer não sustenta esse governo até 2018. Uma delação de Eduardo Cunha acaba com esse governo. (...) Quanto à presidenta Dilma, estou tranquilo. Uma coisa ela vai conquistar: seu lugar na história. Vai estar ao lado de Getúlio e Jango. (...) Quando atacam Lula e o PT o fazem por um motivo, é porque esse golpe é um golpe de classe, é um golpe das elites dominantes que querem tirar direitos dos trabalhadores brasileiros. Esse é um golpe contra a soberania nacional".
Roberto Muniz (PP-BA) - CONTRA
"Dilma Rousseff é, e será para a nossa história, a primeira mulher presidente do Brasil. Registro esse fato histórico para que não possamos prescindir da mulher nos altos comandos da Nação. (...) Não há dolo nem omissão. Mesmo que se tenha constatado uma irregularidade fiscal, o mesmo não alcança o patamar de crime de responsabilidade. (...) Entendo que a dúvida da intensidade da pena persistirá na história do brasil e só o futuro trará a resposta. Percebendo a insegurança jurídica que isso representa, quero registrar que eu voto pelo não prosseguimento do processo".
Lasier Martins (PDT-RS) - A FAVOR
"Não podemos esquecer das multidões que têm ido às ruas. O impeachment é um passo necessário, mas é preciso mais. É preciso que todas as ações judiciais andem mais rápido. É preciso evitar que o juiz Sergio Moro seja uma exceção em eficiência".
Regina Sousa (PT-PI) - CONTRA
"Eu não vou gastar meus 10 minutos discutindo o parecer do senador Anastasia. (...) A acusação apegou-se a elementos muito frágeis para afastar a presidente. (...) A Lei não está sendo igual perante Dilma, por isso meu voto é não".
Pedro Chaves (PSC-MS) - A FAVOR
"Minha cautela é decorrente do medo de cometer alguma injustiça. Não voto e não votei nada se a minha decisão não estiver ancorada em uma decisão lógica. Nenhuma pressão de qualquer lado vai mudar o meu voto ou meu posicionamento. Sigo a orientação dos fatos, mas não sou surdo em relação a opinião pública. Com a consciência tranquila, conclui que a presidente Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade".
Humberto Costa (PT-PE) - CONTRA
"Pedalada esta havendo, mas é aqui, a pedalada constitucional. Estão passando por cima da Constituição. (...) Vi aqui discursos risíveis, falar de desempregados, de inflação, de crise, como se esses decretos tivessem a ver com isso. (...) Tratem, vossas excelências, de descobrir o crime que a presidenta Dilma cometeu. É hipocrisia quando vêm alguém aqui falar de corrupção. Mas corrupção é quando eles seguram o senhor Eduardo Cunha até não se sabe quando. (...) As forças que não conseguiram e não conseguem chegar ao poder pelo voto popular usam o impeachment para derrubar a presidenta eleita. Isso acontece desde 2014. A partir disso, assistimos à maior sabotagem política e econômica que o país já viu".
Jorge Viana (PT-AC) - CONTRA
"Quem está dando golpe é o parlamento brasileiro. Quem está dando golpe é o senhor Eduardo Cunha, que iniciou esse processo. Esse é o país que há poucos anos tinha um líder mundial na presidência. Foi esse governo de Lula e de Dilma que tirou o Brasil do mapa da fome. Foi esse governo que tirou o Nordeste da mancha escura e atrasada do mapa e trouxe para o desenvolvimento".
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) - A FAVOR
"As política públicas precisam ser sustentáveis, mas desde de 2013 ficava claro que as despesas se mostravam maiores do que as receitas. Nós precisamos aqui colocar a inteira verdade. O Brasil em 2015 e 2016 registra os piores números da sua história. São dois anos consecutivos de crescimento negativo de seu PIB. O mais grave é que o governo se isolou, preferiu o caminho da confrontação política e terminou perdendo a mínima base de sustentabilidade".
Gleisi Hoffmann (PT-PR) - CONTRA
"Por quais crimes estamos julgando a presidenta da República? As pedaladas fiscais foram desconstruídas. Não pode ser o impeachment pelo conjunto da obra. Quem julga o conjunto da obra são as urnas. (...) É um golpe que começou a ser montado antes do segundo turno das eleições de 2014".
Benedito Lira (PP-AL) - A FAVOR
O senador elogiou o relatório e disse que a população brasileira emite sinais claros de que exige punição dentro da lei. O desrepeito à lei impactopu e vem impactando o cidadão. Por encadeamento lógico, a queda do PIB refletiu na inflação e no desemprego. "Nada mais natural que meu voto seja favorável", afirmou.
Wilder Morais (PP-GO) - A FAVOR
"A presidente Dilma teve todas as oportunidades, mas não conseguiu se defender. (...) O primeiro passo da mudança já foi dado com o afastamento da presidente Dilma Rousseff e seus aliados. A estratégia do governo anterior era um rolo compressor, hoje foi aberto um espaço de diálogo".
Magno Malta (PR-ES) - A FAVOR
"Tem gente subindo aqui e dizendo que hoje é um dia triste, que a nação está chorando. Quem tá chorando é vocês! Essa será uma nação que vai comemorar liberdade em sete de setembro duas vezes. O Direito é sujeito a interpretação, aliás ele existe para ser interpretado. Pra mim, a interpretação do Ministério Público nada vale. O que vale é a minha interpretação. (...) Ela (Dilma) mente de forma descarada no processo eleitoral. Faltou a ela (Dilma) pisar no tapete da humildade. Essa era a hora de a mulher de ferro pedir perdão. Uma palavra branda aplaca um coração enfurecido. Ela não faz mea culpa nem hoje. Aí eu sou obrigado a ouvir esses discursos hilários aqui. O Marcelo Odebrecht não foi o mesmo que deu dinheiro pro Lula? Não seria o sujo falando do mal lavado?"
Lídice da Mata (PSB-BA) - CONTRA
"Hoje, a farsa do impeachment sem crime devidamente comprovado é golpe, por mais que fira o ouvido de alguns. (...) Para haver um golpe não é preciso necessariamente que haja tanques nas ruas. (...) O impeachment não é a panaceia milagrosa que vai resolver o problema político e econômico do Brasil como sustentam seus defensores".
Waldemir Moka (PMDB-MS) - A FAVOR
"Os aliados da presidente afastada tem insistido num discurso disconexo, desrespeitoso, chamando de golpe esse procedimento legítimo, constitucionalmente perfeito. Nem eles, em verdade, admitem isso, porque sabem que pode haver de tudo, menos golpe. É a quarta vez que sou chamado a votar nesse processo: duas vezes na comissão do impeachment, da qual faço parte, duas vezes no plenário desta Casa, podendo chegar a cinco votações. Que golpe é esse que faz que um senador seja chamado cinco vezes para avaliar a conduta de um chefe do Executivo? (...) Tudo começou quando Dilma assumiu a presidência em 2011. Começou ali a presidência mais desastrosa da história do Brasil".
Eduardo Lopes (PRB-RJ) - A FAVOR
"Esta é a segunda vez que o Senado se debruça num processo de destituição de um presidente da República. Ambos portavam a marca do pioneirismo. Os fatos não deixam dúvida quanto a procedência da acusação de que o processo em curso preenche todos os quesitos para seu prosseguimento. (...) Não se pode afastar o forte componente político inerente aos crimes de responsabilidade. (...) Perdoem-me os defensores da tese, mas este Senado não está submisso às manifestações do Ministério Público. (...) É verdade que meu partido integrou o Ministério da presidente Dilma, mas isso não nos constrange. Apesar de estar no centro de uma coalizão partidária, a senhora presidente não ouvia, não articulava, não dialogava".
Garibaldi Alves Filho (PSDB-RN) - A FAVOR
"Aqueles que dizem que estamos praticando aqui um ato contrário à constituição e à democracia. (...) O tema é apaixonante. Aqui, vários senadores já deram vazão a essa paixão, às suas convicções. Julgar a presidente da República é uma árdua missão. Mas quero dizer que meu julgamento terá o caráter e o dever da imparcialidade, sempre com a convicção de que não julgamos pessoas, julgamos atos. Devemos julgar atitudes, posturas, atos, hábitos, posições e decisões. (...) O Senado tem refletido nesses últimos meses, pelo contrário dos que dizem que isso não é verdade, o Senado tem procurado mostrar um debate isento. O trabalho da comissão especial presidida por Raimundo Lira foi exaustivo. A própria oposição reconhece que foi impregnado de espírito público".
Roberto Rocha (PSB-MA) - A FAVOR
"Não podemos nos furtar a dar sequência a um processo que precisa chegar a termo".
Edurdo Amorim (PSC-SE) - A FAVOR
"Embora alguns possam reclamar da morosidade do processo é, em verdade, resultado de um processo rigoroso, de forma a garantir os direitos da acusada. Recordemos que todas as regras e etapas foram objeto de minuciosa análise pelos ministros do STF. O Supremo não apenas confirmou que a aceitação do pedido de impeachment pelo presidente da Câmara foi um ato jurídico perfeito. (...) A suprema corte referendou a legalidade do processo de impeachment deixando no vazio os discursos de que o processo era golpe. Estamos chegando à reta final deste desgastante processo.(...) Temos a obrigação ética e moral de levar a cabo o processo de afastamento. Precisamos reconduzir a nação a um caminho de responsabilidade politica e econômica".
Roberto Requião (PMDB-PR) - CONTRA
"Se apenas os citados por Marcelo Odebrecht fossem, por suspeição, impedidos de votar este processo, não haveria votos suficientes para aprová-lo. Somos 81 senadores, menos os 35 citados pelo delator, teríamos 47 senadores a votar. A verdade pura e dura, cristalina e solar, é que nada mais é sólido, nada mais é confiável. A Lava-Jato produziu uma terra política arrasada. Serra, Padilha, Moreira e Temer, todos os 4 e mais 4, 40, quem sabe. Diante disso, como assistir, passivamente, a um discurso moralista na Casa? (...) Não venho aqui gritar fora temer ou volta, querida! Devemos ir além".
Romário (PSB-RJ) - A FAVOR
"O país espera com ansiedade que esse julgamento seja concluído para que que consigamos ter um país estável. O impeachment de um presidente da república é sempre um remédio amargo. O primeiro é que é uma eleição e não um cheque em branco. (...) Não é fácil ser presidente, imagino. Mas qualquer um que esteja sentado naquela cadeira deve estar ciente de suas responsabilidades. Não pode dizer que não sabia de nada. Não pode colocar a culpa em sua equipe, aplicar contabilidade criativa. Isso, infelizmente, aconteceu".
Sérgio Petecão (PSD-AC) - A FAVOR
"As pessoas voltaram a respirar desde o afastamento do governo petista. O país sofreu demasiadamente (...). Os que mais sofreram foram os menos favorecidos e os nossos queridos trabalhadores. Ouvindo atentamente a todos os colegas que me anteciparam, e fiz questão de ouvir, se não todos, um grande número, é que alguns vieram à tribuna e fizeram acusações, mas poderiam ter citado nomes. Se tem algumas pessoas que perderam sua boquinha, seu espaço no governo, estão no direito de espernear. Esse plenário é formado de 81 senadores, e as pessoas que os acusam deveriam citar nomes, nominá-los. Se tem 35 senadores envolvidos em atos de corrupção, então que deem os nomes. porque sem citá-los está se colocando em suspeição os 81 senadores desta Casa".