
O prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho (PDT), determinou nesta sexta-feira a revogação do decreto de 2 de abril de 2014 que declarava de utilidade pública para fins de desapropriação área de terras rurais próxima ao Sistema Marrecas.
Na quinta-feira, a bancada do PT na Câmara de Vereadores protocolou um projeto de decreto legislativo para tentar sustar o ato do Executivo. Os petistas questionam o fato de a prefeitura, a pedido do Samae, ter demonstrado interesse em desapropriar uma área próxima à barragem, mesmo após a obra da represa estar concluída.
A nota afirma que o prefeito "valoriza o papel de todos os que praticam a boa política, mas que não vai tolerar a tática nefasta de colocar sob suspeição a legitimidade de atos administrativos como estratégia de ganhar notoriedade desabonando de forma injusta agentes públicos e cidadãos honrados".
O líder da bancada do PT Rodrigo Beltrão disse que estranhou o interesse pelo terreno três anos depois das demais desapropriações, que foram em 2011. A justificativa, publicada pela prefeitura, é de que o terreno era necessário "aos programas e condicionantes ambientais" do Sistema. A área pertence ao empresário Paulo Antônio Spanholi, que é membro da Diretoria Social da Comissão Organizadora da Festa da Uva 2014 - ele chegou a ser convidado pelo prefeito para assumir a presidência da Festa da Uva, mas declinou do convite para se dedicar a questões profissionais.
- Se algum dia alguém entender que tem que comprar, que eu também entendo, vai fazer o que nós fizemos. Só que a maneira como isso foi conduzido, botando suspeita em cima de cidadãos honestos, como no caso o Paulo e na administração, não. Isso aqui não é a Petrobras (em referência à crise na estatal). Mas como não basta ser honesto, tem que parecer honesto e a versão que foi dada é como se fosse suspeita de algo ilícito, como isso não há uma urgência, não há uma pressa, deixa, se resolve e pronto - afirmou Alceu