A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul retoma as sessões ordinárias na tarde desta terça-feira, a partir das 15h45min. O Pioneiro ouviu vereadores e líderes comunitários para saber que projetos com relevância direta para o dia a dia da população devem ser analisados com prioridade.
Apontado pelos parlamentares como um ano atípico para o Legislativo, em função da Festa da Uva, da Copa do Mundo e das eleições de outubro, 2014 aguarda os vereadores com uma lista de projetos de lei apresentados no ano passado que ainda não foram à votação. Entre eles estão o que propõe a aplicação de multa a quem jogar lixo no chão, a isenção do pagamento do IPTU para portadores de algumas doenças graves e a proposta que define critérios para a delimitação e denominação de bairros. A mobilidade urbana é outra prioridade para o ano, mencionada por representantes com e sem mandato eletivo.
O distanciamento da realidade da população na Câmara encontra críticos na própria Casa, como o vereador Daniel Guerra (PRB). Segundo ele, projetos propostos em 2009 e em 2012 ainda aguardam para serem apreciados.
- Chega ao ponto de a população não saber para que serve a Câmara, que muitas vezes parece uma marionete do Executivo. A gente espera que o Legislativo deixe egos de lado e perceba que os projetos precisam ser analisados, independentemente da autoria - afirma Guerra.
Integrante do grupo Levante Caxias, que surgiu a partir das mobilizações para os protestos de junho do ano passado, o estudante de História Ivonei José Lorenzi Junior, 23 anos, acompanha as sessões da Câmara semanalmente ao vivo, direto do plenário, na companhia de outros colegas do grupo. O objetivo, segundo ele, é fazer pressão para que os vereadores votem bons projetos para a sociedade. A observação do dia a dia do plenário embasa a expectativa do jovem para o ano legislativo que se inicia agora.
- Espero que entrem em pauta projetos que estão se arrastando, como a Tribuna do Povo e a multa para quem joga lixo no chão. Também queremos mais debate e menos homenagem. E que os vereadores votem por conta própria, com mais autonomia e menos orientação do partido - critica.
Luciano Pacheco, fundador do movimento Massa Crítica em Caxias, está à frente do grupo de ciclistas que pretende reunir cerca de 16 mil assinaturas para enviar à Câmara de Vereadores um projeto de lei de iniciativa popular que cria o sistema cicloviário no município. Ciente de que a implantação da ideia depende, em última instância, da chefia do Executivo, Pacheco reclama da falta de debate em torno do assunto e de iniciativa para dar seguimento à ideia.
- Qualquer vereador ou o prefeito poderia apresentar o projeto sem precisar das assinaturas. Mas, até agora, nem nos chamaram para as mesas de debate.
Desde novembro, cerca de 7 mil assinaturas foram obtidas. No projeto de lei constam algumas ruas onde as ciclovias poderiam ser implantadas, entre elas a Sinimbu, que passará por mudanças a partir do SIM.
O plano prevê a implantação de um segundo corredor de ônibus na via. A sugestão do Massa Crítica é, justamente, redefinir a divisão de faixas da Sinimbu para dar espaço a uma ciclovia de um metro de largura.
- Serão duas faixas para os ônibus, duas para os carros e vai continuar sem nada para as bicicletas - constata.
Leia na edição impressa desta terça-feira a reportagem completa, com as prioridades apontadas pelos líderes de bancadas.
Legislativo
Líderes de bancada e representantes da comunidade apontam prioridades para Câmara de Vereadores em 2014
Mobilidade urbana e aproximação com cotidiano da população são alguns dos temas
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