A CPI dos Serviços Funerários, bem ou mal, reuniu o número de assinaturas necessário para sua criação, com o objetivo de, como o nome diz, investigar a concessão de serviços funerários em Caxias do Sul. Na sua constituição, a correlação de forças políticas definiu cinco vereadores próximos ou da base do governo, dois do PT e três dos partidos de direita que, majoritariamente, propuseram a CPI. Na comissão, porém, eles estão em minoria.
Já que está criada, ainda que com prazo exíguo devido ao fim da legislatura, a CPI deveria realizar a tarefa para a qual foi estabelecida até onde for possível. O serviço é prestado por um único grupo em Caxias do Sul e, por lógica, a investigação deveria recair sobre esse grupo.
O presidente e proponente da CPI, vereador Maurício Scalco (PL), propôs requerimento para obter informações junto ao Grupo L. Formolo, buscando, entre outros materiais, tabelas de preços e notas fiscais, isto é, para investigar custo e faturamento. Esse é o propósito da CPI, para a qual foi criada, e os vereadores deveriam ter aprovado o requerimento – que foi negado por unanimidade –, pois integram a comissão. Já que existe a CPI, o mais lógico é aproveitar a oportunidade para lançar luzes sobre a concessão e a prestação do serviço, até para dissipar eventuais dúvidas.
– Uma vergonha o que aconteceu na CPI (na segunda-feira, a rejeição do requerimento de informações ao Grupo L. Formolo). Articulações estão sendo feitas para tentar barrar os trabalhos da comissão, pois, sem essas informações, é praticamente impossível dar seguimento aos trabalhos. Claramente, é orientação do governo municipal ao querer barrar essas informações. O governo mandou patrolar e negar geral – desabafou Scalco.
Se é para não aprovar as informações básicas, a CPI fica sem sentido, torna-se uma roda de chimarrão entre os vereadores integrantes às segundas-feiras pela manhã, dia em que ocorrem as reuniões ordinárias, pois ficou claro que não se quer buscar as informações. A CPI foi criada no momento errado, em ambiente pré-eleitoral. Já que existe, deveria ser aproveitada, agora no pós-eleições, para buscar informações.