A mobilização para a instalação de uma passarela para pedestres no Km 145 da BR-116, no bairro São Ciro em Caxias do Sul, completa nesta quarta-feira cinco anos. O equipamento urbano está orçado em R$ 700 mil e já esbarrou em obstáculos como falta de vontade política, indefinição quanto à responsabilidade pela BR, interferência de questões técnicas e uma obra desmembrada em três etapas. Para cada uma delas, houve processos licitatórios sem interessados, que precisaram ser repetidos três vezes.
A mobilização de 18 de dezembro de 2008 trancou a BR. A causa para a manifestação foi atropelamento, no dia anterior, de um aluno da Escola Estadual Érico Veríssimo, Diego Zachi Carlotto, 11anos. Ele caminhava com a mãe pelo acostamento após ter buscado o boletim, no final do ano letivo quando foi atropelado.
A ordem de início da obra foi assinada em 29 de junho de 2011, com prazo para construção de 180 dias. Esse prazo já foi vencido em pelo menos mais quatro vezes. Começaram, então, os entraves burocráticos e as questões técnicas. Primeiro, foi constado que, para erguer a passarela, seria necessária a remoção de uma estação de gás da empresa Agrale, uma etapa adicional à obra, a exigir licitação. A remoção da estação só começou em 31 de maio de 2012, 11 meses após a ordem de início, e encerrou-se em julho.
Na etapa das fundações, detectou-se outra dificuldade técnica: a fragilidade do solo na cabeceira ao lado da Rua Filomena Spinatto. Foi necessário, então abrir novo processo licitatório, com mais prazos a percorrer.
Apenas em outubro, as obras físicas do estaqueamento começaram. Ainda houve um longo percurso até que, no final de julho de 2013, as rampas de uma das cabeceiras começassem a ser executadas.
Atualmente, a empreiteira Toni Incorporadora e Construtora, trabalha na concretagem de quatro blocos que ligam as 12 estacas de fundação da passarela. Essa operação foi necessária devido a outra dificuldade técnica: a Toni constatou que as estacas originais ficaram muito abaixo do nível da rodovia. Sobre os blocos, será sustentada a rampa da segunda cabeceira para acesso à passarela, finalizando a estrutura em concreto. A empresa até se arrisca a uma previsão: em até três meses. Então a passarela estará praticamente pronta: bastará transportar a estrutura metálica que está pronta em Flores da Cunha, feita pela Multiserv Serviços Metálicos.
A expectativa, portanto, é de que a passarela esteja concluída até abril. De acordo com o secretário de Trânsito, Transporte e Mobilidade, Zulmir Baroni Filho, o quinto aditivo, de 120 dias, precisou ser firmado e deve ser o último, segundo ele. Assim, o prazo encerra em 14 de abril deste ano.
Infraestrutura
Após cinco anos de mobilização, novo prazo para entrega da passarela na BR-116 em Caxias do Sul é abril de 2014
Reivindicação começou em dezembro de 2008, com o atropelamento de menino de 11 anos
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