A Justiça Eleitoral aponta que o número de eleitores de Caxias do Sul com 16 ou 17 anos, idade em que o voto ainda não é obrigatório, corresponde a apenas 59% da média nacional. Por trás disso, está uma combinação de falta de incentivo para gostar de um assunto naturalmente complexo, descrédito das instituições políticas e valorização de um estilo de vida que prioriza a individualidade ao engajamento coletivo.
Na quinta-feira, a Justiça Eleitoral realizou uma ação de cadastramento de jovens eleitores no Colégio Estadual Emílio Meyer. Na fila de espera, o Pioneiro conversou com alguns alunos sobre a decisão de fazer o título eleitoral antes da idade obrigatória e também ouviu outros adolescentes que optaram por não confeccionar o documento.
Confira o que pensam seis jovens e opine no mural!
Matheus Rossetto, 16, acha que ainda não está preparado para assumir a responsabilidade do voto:
- Agora eu ainda não estou preparado para decidir o futuro do país, do estado ou da cidade. Com 18 anos vou ter mais maturidade. No decorrer desses dois anos vou amadurecer, porque passa por uma fase de transição.
Nathália Ribeiro da Silva, 16, também compartilha da mesma ideia:
- Eu até acho que meu voto pode mudar alguma coisa, mas não estou preparada porque eu não gosto de política. As pessoas que foram eleitas não fazem por onde.
Já Bruno Duarte, 17, acha que precisa se acostumar a tomar decisões, por mais que o ambiente político não contribua:
- Fiz o título porque é importante dar opinião e fazer escolhas. A juventude está desacreditada, meio que largou de mão, mas temos que tomar consciência.
Ana Paula Brandão, 16 anos, disse que foi obrigada pelo pai a fazer o título, mas considera a decisão importante.
- Meu pai sempre acompanha, mas não dou muita bola. Não gosto de política porque tem uns que dizem que vão fazer as coisas e não fazem. Quando for votar, vou votar em quem tiver as melhores propostas.
Para Jean Pierre da Silva, 17, nessa época da vida os jovens estão mais preocupados em escolher uma profissão e arranjar emprego. E completa:
- Decidi fazer meu título agora por causa das escolhas do meu pai e da relação que ele tem com a política. Ele tem uma opinião e um partido, e eu não concordo. Quero votar no que eu acredito - discursa.
Fernanda Tregansin, 17, preferiu não se cadastrar por não considerar algo importante:
- Tem muitas pessoas que votam e nem sabem o que estão fazendo. Sem contar que os políticos dizem dizem que vão fazer as coisas e não fazem. Se é pra ser assim, é melhor nem votar.
No Pioneiro deste fim de semana, leia uma reportagem completa sobre o assunto.